Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2003
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nemparaasempresasdepesquisa
demercado. Foi extremamente da-
noso para o negócio. Onde está a
diferença entre pesquisa demerca-
do e consultoria?Por que um clien-
techoraparapagarR$50mil numa
pesquisa de mercado e paga R$ 2
milhões, sorrindo, para um trabalho
de consultoria?
JR–
Nãoéoqueosconsultoresdizem…
PS –
Eu estava fazendo um traba-
lho, organizando o nosso plano de
negócio do ano passado e consta-
tando: você sabe qual é a
lucratividade média dos grandes
grupos de pesquisa, de nível inter-
nacional? Dois a três por cento.
Quem ganha muito, uns 7%. As
empresas de consultoria chegam a
18, 20, 23%. Por quê? Porque um
vende pensamento e o outro vende
amedida – fitamétrica.
FG–
Nocasodasempresasdepes-
quisas, muitas vezes, vocês vão lá
paracontarcoisasdesagradáveis.E
ainda querem ser bem pagos!
FT –
Gostaria de acrescentar meu
comentário: acho que, nesses 20
anos, não houve muita mudança.
Também comecei como comprador
de pesquisa – do outro lado. Tive
uma carreira profissional curiosa.
Fui executivo de marketing, dirigi
organização jornalística de
televisão e, quando montei uma
empresa de consultoria, – depois
de ter trabalhado como executivo
– cheguei à conclusão de que, na
área de consultoria, eu gostava
mesmo era de pesquisa. Isso me
fascinava. Então abandonei a
consultoriaemergulhei napesqui-
sa. Concordoqueessaquestãoda
informática, da tecnologia, às ve-
zes, irrita. Mas o que sinto é a ca-
rência de talentos que temos hoje.
A primeira pesquisa de mercado
feita no Brasil foi em 1934, pelo
Otávio da Costa Eduardo, na N.
W. Ayer – uma agência de propa-
ganda – sobre consumo de café.
A segunda foi em 1941, paga
“Autilização da
tecnologia vai
automatizandoos
pesquisadores.”