Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2003
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Essa elevaçãona quantidade de pa-
nificadoras teve diversas influências,
tais como empreendedores investindo
oumudando de ramo, desempregados,
o novo conceito de “mini-padaria”,
entreoutros.Atualmenteestima-seuma
tendênciade reduçãonesseuniversona
ordem de 10% nos próximos 2 anos.
Porém, segundo levantamento rea-
lizado pelo Sindicato da Indústria de
Panificação e Confeitaria de São Pau-
lo – SINDIPAN, através de visita “in
loco” nas panificadoras de seu cadastro
emsuabase territorial,ouseja,nacidade
deSãoPaulo, foiconstatadoqueem1998
fecharam 305 padarias das 2.944 visita-
das, representando 10,4%. Essa queda é
classificada pelaAssociação como for-
ma de depuração natural da economia
e como influência da falta de
experiência e perfil de alguns novos
empresários, uma vez que para o
Sindicato houve uma explosão na
aberturadepanificadoras, existindoem
algumas regiões concentração desses
estabelecimentos, às vezes commenos
de 50metros de distância. Essa queda
também pode ser explicada pela mu-
dança no perfil dos consumidores, que
estãomais exigentes, a entrada de no-
vos empresários no segmento de pani-
ficaçãoatravésde influênciadoSebrae,
ou fabricantes de equipamentos com o
conceito Mini-Padaria em um merca-
do livre para a concorrência direta.
Outro fator que também influencia
essa queda no setor, de acordo com o
SINDIPAN, é a concorrência das re-
des de supermercados que não permi-
temqueaspanificadoras recomponham
os seus custos uma vez que o preço de
um pão na padaria custa, em média,
R$ 0,18 e no supermercado R$0,13.
Além disto, existem as padarias clan-
destinas (ou fundo de quintal) onde,
sem nenhuma higiene, regularização,
registros contábeis ou empregatícios,
pagamentos de impostos e taxas, qua-
lidade incerta e peso inferior a 50 g,
produzem e vendem em carros ambu-
lantes pacotes de pães com 20 unida-
des aR$ 1,00.
3. Metodologia
O estudo da viabilidade de uma
consultoria para panificadoras foi desen-
volvido utilizando-se a metodologia do
estudo de caso. Segundo GIL (1991), o
estudodecasoécaracterizadopelo“estu-
doprofundoeexaustivodeumoudepou-
cosobjetos,demaneiraquepermitaoseu
amploedetalhadoconhecimento”, oque
permiteoestímuloanovasdescobertas.
A coleta dos dados para este estudo
deu-se em duas etapas. Na primeira fo-
ram realizadas pesquisas bibliográfica
e documental, as quais possibilitaram o
levantamento de dados secundários so-
bre omacro emicroambientes, consul-
toria, pequenovarejo, setor depanifica-
ção e análise financeira.
Já na segunda etapa desenvolvemos
um questionário estruturado com per-
guntas abertas e fechadas, totalizando
22questões, oqual foi aplicado através
de entrevistas pessoais a uma amostra
de100proprietáriosdepanificadorasna
cidade de São Paulo. Esse questionário
tevecaráterexploratóriocujosobjetivos
principais foram ummaior aprofunda-
mento sobre emque a visãodos propri-
etários sobre o setor em que estão inse-
ridos e a verificação de aceitação da
consul-toria proposta para eles.
Conceitoda INOPAN
– Inovaçãoem
Panificadoras Prestadorsa de Serviços
Ltda., apresentado durante as entrevis-
tas pessoais:
UmaPrestadoradeServiçosparaPa-
darias, cuja idéiaprincipal éprestar ser-
viços na áreas deMarketing, Recursos
Humanos, Finanças ou Logística, de-
pendendo das necessidades do estabe-
lecimento, visando ao aumento da sua
lucratividade.
Na área de Marketing serão
disponibilizados os serviços de:
– Pesquisa demercado para ava-
liar satisfação e verificar oportunidades
de negócios; e
– Desenvolvimento de planos de
propaganda.
Quadro 1 - PrincipaisdificuldadesdosetordePanificação
•
Faturamentoe rentabilidadeemdeclínio (preçodopãonão consegue se igua-
lar aos preços praticados pelos supermercados);
•
Falta de competência para enfrentar concorrência agressiva (supermercados
fábricas clandestinas e vendas ambulantes e outras panificadoras);
•
Falta de capital de giro para investimento;
•
Quedano consumonaspadarias.
Fonte: Sindipan (1999)