Janeiro_2003 - page 69

Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2003
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peloRockefeller – secretário de es-
tado– sobrequestões relacionadas
com a entrada do Brasil na guerra.
Foram as agências de propaganda
quecomeçarama introduzir pesqui-
sademercadonoBrasil, paraaten-
der às empresas multinacionais.
Hoje a formação desse pessoal é
muitodifícil.Deummodogeral você
temmuitadificuldadedepegargente
boa saída da faculdade.
JT –
No tempo em que fui profes-
sor, ficávamos reclamando dos alu-
nos. Agora, se de fato não existem,
nós somos um pouco responsáveis
por isso.
FT –
Atémuito.
FG –
Acho que vocês estão sendo
modestos, quando procuro lembrar
das coisas novas que fazemos gra-
ças às tecnologias que têm sido in-
corporadas.ADainacitou, commuita
propriedade, a possibilidade de cru-
zamentos infinitos, por exemplo, por-
tantomuitomais
insight.
Eucitariaou-
tro aspecto: a maior velocidade nas
decisões e nas ações demarketing,
hoje em dia, temmuito a ver com a
tecnologia de pesquisa, com a
tecnologia da informação, que dá
embasamento e segurança para de-
cisões que, antigamente, levavam
meses para serem tomadas. Vocês,
no começode suas carreiras, partici-
param de processos de lançamento
de produtos que, hoje, nos parecem
até ridículos.Começavacomumcon-
ceito–queeradiscutidoduranteseis
meses; depois, na etapa seguinte,
maisumsemestre,atéchegarao teste
de mercado que
levaria um ano ou
dois. Era, realmente, um outro mun-
do.Hojeascoisasocorremcom tanta
velocidade,em todosossentidos–se,
numa estratégia, uma ação
operacional não deu certo, imediata-
mentemudamos. Isso temmuitoaver
com essa velocidade – com a
tecnologia da informação. Vocês po-
deriamcitar inúmerosoutrosexemplos
–auditoriasdeconsumo,devarejo,mil
maneirasdiferentesdemídia–quedão
mais segurança ao marketing. O
marketingéoqueéhojeporcausadas
novas tecnologiasnapesquisa.
JR –
Isso me leva a um outro as-
pecto: antes dessa fase – digamos,
nos anos 60–era voz corrente, en-
tre os usuários da pesquisa, que
esse ou aquele Instituto não produ-
zia resultadosacurados, queapes-
quisanãoeradequalidade, aamos-
tra não tinha sido bem feita, etc.
Hoje, issopareceser assunto resol-
vido. Não se ouve mais esse tipo
de crítica. Emboraospolíticos con-
tinuem reclamando de que as pes-
quisas não refletem a realidade…
JT
Euachoquepiorou–emuito–
por uma razão. Houve, em função
dos enxugamentos nas empresas,
umamultiplicação de pequenas ofi-
cinas,
free-lancers
,pequenosescritó-
rios. Vez por outraeuouço, de clien-
tes,ouconstato,por teracessodireto
amaterial feito por empresasmenos
qualificadas. Mas isso não é só
característicadomercadodepesquisa.
Nomercadode
design
, ocara temum
Macintosh em casa, um consultor de
recursos humanos, que acha que
entendedeorganizações.Então,tenho
sériasdúvidassemelhorou.Existeum
segmento de empresas de pesquisa
que temessaqualificaçãoassegurada.
Mas,nãoseiseoconjuntodomercado
nãose
tembanalizado, emmuitosca-
sos. Não sei se todos foram capazes
deacompanharaevolução, ousenão
háaindamuitosaproveitadoresnesse
processo.
JR –
Ou seja, ainda existe um pro-
blemadequalidadeempesquisa.
JT –
Existe.
PS –
Você citouo casodo
design.
A
disponibilização de tecnologia e de
software
permite, rapidamente, a al-
guém fazerum
site
.Agora, vocêolha
epercebeque80%deles são lixo.
JR –
Você está falando dos
sites?
PS–
Sim–edegrandescorporações.
80% deles são lixo. Então, a
disponibilizaçãode tecnologiadepes-
quisa, o acesso a computador,
software
etc., permite que apareçam
os
lookalike
...
JR –
Você sabia que o Microsoft
Word vem comPlanodeMarketing,
com questionário e tudo.
PS–
Sim.Eles têm "templates"para
fazer isso tudo, mas nem eles sa-
bem usar, garanto. Que houve um
desenvolvimento tecnológico, não
resta a menor dúvida. Mas estou
presumindo que isso é um pouco
default
hoje.Ouseja, senãodápara
“Quando
voltaram, parecia
que tinham tido
implantadoum
chipnocérebro.”
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