Janeiro_2003 - page 98

RevistadaESPM– Janeiro/Fevereirode 2003
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acreditar, porque os problemas
existem, mas as estatísticas são
fantasiosas.Issoéantiético.Alémde
estar contribuindo, na exposição e
correçãodessainabilidadefuncional,
quemaispoderíamos fazer?
CM – Muita educação. É igual ao
combate à fome. Você tem que dar
educação de manhã, de tarde, de
noite.
JR–Nãoprecisaríamosrevalorizar
a matemática no país? Tornar os
númerosmenosassustadores?
CM – Mas isso está dentro da
educação. Acho que quanto mais
cultura o povo adquirir, mais
educação, mais sapiência, estará
afinadocomoqueestáacontecendo,
maispossibilidadede interpretação,o
que nós dois temos agora. Graças a
Deus, fomosbeneficiadosna linhade
vida, cultura, aprendizado. Então,
quanto maior a dose da educação,
menoschutes,menosmanipulações.
Sóháessasaída.
JR – Carlos, alguma coisa que eu
tenha esquecido de lhe perguntar
equevocêqueiramencionar?
CM – É importante destacar que a
maior parte das pesquisas que o
IBOPE faznãoédivulgada, talvezuns
20%. Das pesquisas políticas – uns
30% não são. São usadas como
estratégias de campanha, pelo
marketing.
JR–Sãoospartidospolíticosque
compramessaspesquisas?
CM–Não.Alémdospartidospolíticos,
são instituições financeiras,
empresários, marqueteiros que
querem saber pontos fracos e fortes
do seu candidato e dos adversários.
Da mesma forma que temos
pesquisas – como de audiência e o
Painel de Consumidores – que são
abertasparaomercado,hápesquisas
políticas que não são divulgadas. As
pesquisasdemercado,basicamente,
são para uso interno. Nunca são
divulgadas. Uma empresa de
cosméticos assina o Painel de
Consumidores para verificar a sua
posição. Tudobem, pode ser atéum
dado público. Mas, para lançar um
novoproduto fazerum testedesabor,
faz-se uma pesquisa específica, que
a gente chama de
ad hoc
– sob
medida.Écomocomprarum ternono
varejoemandar fazer noalfaiate.
JR – Como você vê a pesquisa
comomercadode trabalhoparaos
jovens recém-formados.
CM – Não é só pela pesquisa, mas
pelo fatodeeladarapossibilidadede
se teracoisamaispreciosadomundo
– talvezmaisdoquepetróleo–queé
a informação. Informação é o X do
negócio,nessemundoglobalizado.O
jovem que se dedicar à pesquisa vai
ter maior facilidade de se inserir no
mercado–cadavezmaiscompetitivo
–porsaber interpretar–ou fornecer–
alguma coisa supervaliosa que é a
informação. Sejadeque tipo for.
JR–Equal éa formaçãoquedeve
ter esseprofissional?Engenharia,
informática, administração?
CM – Acho que comunicação e
administração. Podepassar também
pelapartedeeconomia. Engenharia,
não acho. Informática, muito
específico.
JR–Masvocêvemdeengenharia!
CM –Não. Comecei e saí depois de
seismeses, porque vi que não tinha
nadaa ver. Temumapartequeacho
interessante, que é a engenharia de
produção. Naquela época, havia as
“profissões da moda” – direito,
medicina e engenharia. Eu e meu
irmão quisemos fazer engenharia
“Épreciso
melhorar –ou
acabar –coma
propaganda
eleitoral gratuitana
televisão. Tudoque
éobrigatório é
ruim.”
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