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RevistadaESPM– Janeiro/Fevereirode 2003
Isso já está acontecendo em São
Paulo, com convênios com várias
escolasnoBrasil todo.Nóseditamos
o material didático e vamos às
escolas, ensinar aos professores
como aplicar a pesquisa, fazer um
questionário, tabular, interpretar etc.
Aí, osalunos fazempesquisassobre
apraçadacidade,sobreconservação
das ruas, sobre drogas. Quer dizer,
pegam temas atuais e aprendem a
fazerpesquisasobreeles.Osegundo
ponto é que resolvemos medir o
analfabetismo funcional do Brasil,
através de uma pesquisa anual.
Analfabetismo funcional não é não
saber ler e escrever, mas não saber
interpretaroque lê,mesmonum texto
simples e curto. Já medimos isso o
anopassadoe,esseano,vamos fazer
apartedocálculo.Vamos tentarsaber
atéquepontoapessoaéalfabetizada
em números e, para isso, há
metodologia, regras, alguns cálculos
básicos.Evamosmediraevoluçãoa
cadaano.
JR–Há resultadossobre isso?
CM–Foi paraocampoagora.
JR –Aque estáno campo é sobre
texto?
CM – Não. Sobre texto, já temos o
resultado.Foi feitonoanopassado.A
queestáentrandonocampo,agora,é
sobre cálculo. Então, estamos
procurando medir até que ponto as
pessoas são alfabetizadas em
português ematemática, pois isso é
o analfabetismo funcional. Nisso,
temos que melhorar a qualidade de
ensino–eesperoque, acadaano, o
Brasilprogrida,nessascomparações,
sempre em relação aos anos
anteriores.
JR –Você estaria exercendo a sua
responsabilidadesocialexatamente
atravésdapesquisa?
CM–Dapesquisa,certo.OMinistério
da Educação está participando da
metodologia, várias entidades do
exterior também. Temos o apoio das
pessoasmais renomadas.
JR – A coisa vai mais fundo. O
primeiro pronunciamento do
presidenteLula foisobreaquestão
da fome.Quandoele falousobreo
assunto, ainda como candidato,
falou em 50 milhões de pessoas
que passam fome, em algum
“Esses15%, que
[Serra] ganhou,
achoqueeram
pessoasque
tinhammedodo
PToudoLula.”