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RevistadaESPM– Janeiro/Fevereirode 2003
“Ele votou em 89.
Errou. Depois,
votouem94e98.
Achouqueo
primeirogoverno
foi bom.Agora,
queriamudança.
Mudou.”
telefônica, porque lá 90, 95% das
pessoas têm telefone. Issoéumcaso
interessante. Como eles não podem
usar o telefone da pessoa durante o
dia todo, eles usam um sistema
overnight
.Elescolocamoaparelhinho
– o
meter
– paramedir a audiência,
que acumula os dados do dia e, de
madrugada,2,3horasdamanhã,uma
central, no Instituto de Pesquisa liga
para aqueles números da amostra e
coleta as informações. No dia
seguinte,pelamanhã, têmoresultado
do dia anterior. Quando fomos fazer
issonoBrasil,só20% tinham telefone.
Perguntamos o que iríamos fazer.
Resolvemos fazer via rádio – ou via
linhaprivada.Aí,pensamos:sevamos
colocar linhaprivadanos80%quenão
tinham telefone, por que não colocar
nos 100%, passandoa ter uma linha
dedicada a nós 24 horas por dia?
Podíamos dar o resultado minuto a
minuto,em
real time
–quehoje todas
as redesde televisão têm!
JR – Mas isso não era feito pelo
tevêmetro?
CM–Com tevêmetro,
eraminuto aminuto,
mas semanal. Era
preciso irbuscaruma
fita gravada, nas
casas
das pessoas,
semanalmente.Oque
estoucontandoéque
você, tendoumaALT
–uma linhaprivada–
podia ter o resultado
minuto a minuto, na
hora do programa. O
IBOPE, então, aca-
bou oferecendo um
serviço de audiência
minutoaminuto–
real
time
–quenãoexiste
nem nos Estados
Unidos,nemnaEuro-
paounoJapão, pura
e simplesmente por-
quenossapopulação
não tinha telefone.
Esse fato propiciou-
nos um serviço de
primeiro mundo, que
continua não existindo em outros
países.
JR–Quemassinaesseserviço?
CM–Asgrandes redesde televisão,
asagênciasdepublicidade.Atéalguns
anunciantes, durantealgunseventos
comoCopadoMundoeOlimpíadas.
JR–Esseserviçosepaga?
CM – Sim. Quer dizer, é um
subproduto do nosso negócio de
audiência. As áreas comerciais das
televisões e as agências trabalham
mais com os resultados semanais e
mensais, porque estão estruturados
por sexo, classe, faixa etária, zona
geográfica etc. E é assim que os
comerciaissãoprogramados.Issopara
a área comercial, porque, na área de
programação das redes de televisão,
essa informaçãosobreaaudiênciareal
time tem muito valor. Porque o
noticiário, por exemplo, eles podem
estender em função da audiência.
Programasgrava-dosnãopodemfazer
nada,masemprogramaçãoaovivo–
programas de domingo, eventos
esportivos, jornalís-ticos, umapessoa
queestá fazendoumacoberturadeum
seqüestro ou outro fato – a emissora
de televisão está vendo a audiência
daquilo minuto a minuto e pode
estender a cobertura ou diminuir, se
nãoestiver “dando ibope”.
JR–Esseéoestadoatual daarte.
Mas qual será o próximo passo?
Façaumpoucode futurologia.
CM –Acho que o futuro é a Internet.
Depoisdo telefone,a Internet.Sóque
a Internet vinha numa progressão
geométrica e não aritmética – uma
falsa euforia. Mas é uma grande
invenção, é o futuro, mas o futuro
andandopassoapasso.
JR–Vocês já fazempesquisapela
Internet?
CM – Temos uma empresa, que faz
parte da nossa operação de mídia,
chamada IBOPEE-RATINGSemque
medimos mensalmente os
sites
visitados.
JR – Mas fazem pesquisa, com
perguntas, questionário?
CM – Estamos começando a fazer,
embrionariamente. ONelsonMaran-
goni, no IBOPE Solution, tem um
painelde internautaseestácomeçando
afazerpesquisa,paraalgunsprodutos.
Masestámuitono início.