Janeiro_2003 - page 88

RevistadaESPM– Janeiro/Fevereirode 2003
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querem a informação e com reco-
mendações. Nisso, o IBOPE tem
certa facilidade porque pode cruzar
uma quantidade de informações de
várias fontes e fornecer elementos
estratégicos em relação ao
consumidor.
JR–Porquevocêscontinuarama
ser um Instituto
full-service
,
enquanto as outras se especiali-
zaram?
CM – Sinceramente, acho que foi o
acasoenãoumaestratégia.Amaior
glória do IBOPE é ter entrado no
dicionário.
JR–Vocêsdevemseroúnicocaso,
no mundo, de uma empresa que
virousinônimodepesquisa...
CM–Entrar noAurélio foimotivode
orgulho para nós. As pessoas
passaram a usar o termo – o
programa tal dá ibope, fulano dá
ibope.
-- ibope. ----
[De Ibope, InstitutoBrasileiro
de Opinião Pública e
Estatística.]S.m. Bras.
1. Número-índice (q. v.)
obtido mediante pesquisas
de opinião pública, com a
primordial finalidade de
orientar a propaganda e a
moderna técnica de vendas,
prepararestudosdemercado
e fazer sondagens sobre
preferênciasdopúblico.
2 . Restr. Índicedeaudiên-
cia (4): [€]
3.P. ext.Prestígio (4): [€]
JR –Vocês estão ligados a algum
grupomultinacional?
CM–Vários.
JR–Comoacionistas?
CM–Nesse caso, tambémo IBOPE
foi pioneiro no Brasil e na América
Latina. Hoje, temos concorrentes
importantes, sérios, emcadaáreade
atuação.Empainel,aNielsen.Sebem
que émetade concorrente emetade
dos serviços são complementares.
Eles informam,commuitaprecisão,a
quantidade dos produtos vendidos e
nós ajudamos, informando quem
comprou e por quê, já que fazem
auditoria nas lojas, mas não sabem
quem compra. E nós sabemos,
através da pesquisa pelo painel de
consumidores.Mas,embora issonão
tenha sido uma estratégia, essa
posição nos favorece, esse
mix
de
informações, porqueomercadoestá
preocupado em orientação, mais do
que quantidade de informações ou
puraesimplesmentesódadossobre
audiência, política, só painel de
consumidores ou
software.
Eles
querem de tudo, mas principalmente
querem soluções.
JR – O IBOPE é controlado
majoritariamente pelos sócios
brasileiros?
CM – Sim, o que fizemos foi uma
holding
– o IBOPEPAR – onde, na
mídia, temos cerca de 60% da
empresa.SomossóciosdaWPPeda
Nielsen.AWPP tem cercade30%e
a Nielsen 10%. No caso da IBOPE
Solution, nosso sócio é o Nelson
Marangoni. No Painel de Consumi-
dores, temos, como sócios, aNPD,
que é uma empresa especializada
norte-americana, e a Taylor Nelson,
que é inglesa e que comprou a
operação francesaeamaiorempresa
de painéis da Europa. Na área da
pesquisapolítica, não temossócios.
JR–QuandooAuricélioPenteado
chamouaempresaque fundarade
Instituto Brasileiro de Opinião
PúblicaeEstatística,vocênãoacha
que ele estava sendo meio
profético?
CM–Hojeemdiaédifícilvocêcolocar
as expressões “Brasil” ou “brasileiro”
na sua marca. Naquela época, era
possível,e isso fezcomque–durante
muito tempo, até hoje –muita gente
não soubesse que o IBOPE é uma
empresa privada. Acham que é do
governo. No começo, isso incomo-
dava um pouco; hoje em dia, é até
positivo.Engraçadoéqueessenome
tão imponente– InstitutoBrasileirode
Opinião Pública e Estatística –, que
todos achavam muito comprido,
acabou como sigla, IBOPE, e o que
entrounodicionário foi asigla.
JR – Não sei se você viveu uma
fase – no final dos anos 60 – em
que o IBOPE não era muito boa
referência. Eu era gerente de
produtose, quandoprecisávamos
de pesquisas, preferíamos
contratar os serviços de outras
empresas, porque o IBOPE não
tinha a melhor imagem, havia
perdidoumpoucodecredibilidade.
Vocêpassouporessaexperiência?
“Maisdoqueas
pesquisas,
isoladamente, os
clientesquerem a
informação.”
“Amaior glória
do IBOPEé ter
entradono
dicionário.”
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