Janeiro_2006 - page 22

Mídia:
o futuro jáchegou
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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I R O
D E
2006
INVESTIMENTOPORVEÍCULO
TELEVISÃO
RÁDIO
JORNAL
REVISTA
OUTDOOR (OUTROS)
MÍDIAEXTERIOR
TVPORASSINATURA
MOBILIÁRIOURBANO
INTERNET
TOTAL
VEÍCULO
1994
2004
VARIAÇÃO
US$
US$
%
2.208
155
1.007
310
194
-
-
-
-
3.874
2.810
205
790
395
126
52
103
50
76
4.607
27
32
-22
27
-35
16
Figura3
*Base: dólar médio de R$ 2,50
A INTERAÇÃO
JÁ ÉUM FATO
Curiosamente, uma das previsões
quemais se ouve sobre amídia do
futuro é que deverá aumentar a
interatividade entre o transmissor e
o receptor da mensagem. De fato,
tudo isto é verdade, mas não é na
internet ouna televisão a cabo,mas
sim no varejo moderno que esta
interação está se fazendo de forma
mais intensa. Énovarejoqueocorre
a interação total entre o comprador
e o produto, quase sempre sem a
interferênciadevendedores.Este fato
abre uma imensa gama de novas
possibilidades de persuasão que
ainda não foram integralmente
aproveitadas por nós.
ADANÇA
DOS VEÍCULOS
TRADICIONAIS
Na comparação do “mix” de veí-
culos usados em 1994 e 2004, pou-
cas mudanças nos chamam a
atenção.Mas nota-sequea televisão
eorádioganharam terreno,enquanto
as revistas se mantiveram estáveis
(com pequena variação positiva) e
os jornais e
outdoors
registraram
perda em sua importância relativa
(veja figura 3). A televisão a cabo,
ou por assinatura, manteve-se
praticamente estagnada. Mas entre
as mídias emergentes, houve um
crescimento espetacular da inter-
net, comR$ 176milhões em 2004
ou seja, cerca de 40% dos
investimentos em revistas. A
internet é, realmente, a grande
novidade entre as mídias que
podem ser programadas e contro-
ladas pelas agências de propa-
ganda. Sua importância como
veículo publicitário é apenas mais
um aspecto da importância que
vem adquirindo. Como meio de
vendas diretas (varejo digital) a
internet faturou cerca de R$ 9,8
bilhões em 2005. Para se ter uma
idéia do que isto representa, basta
que se diga que a maior rede de
varejo brasileira (Grupo Pão de
Açúcar) faturou cerca de R$ 16
bilhões em2005. Alémdisso, a in-
ternet está se transformando, rapi-
damente, em um veículo básico
de comunicação não publicitária,
principalmente entre o público
mais jovem. Uma instituição
como a ESPM, por exemplo,
depende hoje, fundamentalmente,
da internet para comunicar-se com
milhões de jovens em todo o país,
que se interessam por seus cursos
de graduação e pós-graduação.
TENDÊNCIAS
EPERSPECTIVAS
Emmaior ou menor grau, todas as
mídias tradicionais estão sendo
afetadas pelas transformações em
curso. Todas elas estão estagnadas,
ou mesmo perdendo faturamento
publicitário. Mas existe consenso,
entreos especialistas, sobre as dife-
renças nas tendências a médio
prazo. Os jornais e revistas pare-
cem ser os mais atingidos pela
perdade leitores e suas tiragens são
menores do que eram há dez anos.
Em depoimento recente publicado
na
Revista da ESPM
(vide edição
de setembro/outubrode2005),Ruy
Mesquita, editor-chefe do Estadão,
revelou que a idade média dos
leitores de jornais não pára de
crescer. Isto significa que não está
havendo um aporte de novos
leitores, suficiente para manter o
equilíbrio etário. Agora, em entre-
vista publicada nesta edição,
Thomaz Souto Corrêa, vice-
presidentedoconselhoeditorial do
Grupo Abril, acrescenta mais um
dado tristonho: na mídia mundial,
o leitor dedica hoje dezminutos à
leitura do jornal diário, enquanto
esse tempo era de vinte minutos,
há dez anos. Falando de revistas,
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