Mesa-
Redonda
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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I R O
D E
2006
JR
– Peço aoGracioso para propor
o primeiro tema.
GRACIOSO
– Acho muito feliz o
“mix” destamesa, com suamescla
de experiências. Creio que a visão
da mídia e comunicação de
mercado muda de acordo com a
experiência de cada um. Acho que
publicitários – propriamente ditos
– ainda têm uma visão restrita aos
veículos tradicionais e alguns
veículos emergentes – como a
internet. Enquanto grandes anun-
ciantes – como a Nestlé que o
Mário Castelar representa, por
exemplo – há tempos têm uma
visão mais abrangente e enten-
deram que a comunicação está
sendo feita cada vez mais por ou-
tros meios, além dos veículos tra-
dicionais. É que esses meios são
extremamente variados – desde
desfiles demodas atéoRock inRio
e oponto-de-venda. Umpoucoda
perplexidade que temos para exa-
minar esse contexto, está justa-
mente na dificuldade de encontrar
uma visão que concilie os inte-
resses de todos. Proponho, por-
tanto, como primeiro tema “o que
é a mídia de hoje – e como deve-
mos definir o contexto da co-
municação de mercado”.
PIRATININGA
–Gracioso, eugos-
taria de acrescentar que a Escola
está muito interessada em desven-
daressescaminhosdacomunicação
para o público consumidor. Tanto
que, o que ensejou o tema dessa
revista e da mesa-redonda foi o
seminário de mídia realizado aqui
na ESPM. Durante dois dias, a
Escola discutiu os aspectos midiá-
ticos que estão nascendo e outros
que estão entrando emprocessode
declínio. Nesses dois dias recebe-
mos, da comunidade universitária,
92 trabalhos sobre o assuntomídia
e que serão editados nos anais que
estão sendo preparados para
distribuição.
MÁRIO
–Achoqueestamosnuma
dessas encruzilhadas que fazem
parte das revoluções históricas. Faz
tempo que os investimentos na
propaganda tradicional vêm dimi-
nuindo; a sociedade tem legislado
sobre o direito de anunciar certas
categorias de produto – como be-
bidas, fumo etc. –, têm limitado
horários e criado outras restrições.
E não se vê nenhum pensamento
que venha das agências de pro-
paganda. Elas, definitivamente,
perderam a liderança do processo
por falta de um pensamento a
respeito, umapropostaou reflexão.
O mundo mudou, surgiram novas
tecnologias, as relações mudaram,
os hábitos das pessoas mudaram,
mais pessoas moram sozinhas, há
mais pessoas idosas, os hábitos de
compra e consumomudaram, mas
as agências continuam trabalhando
como trabalhavam nas décadas de
50 e 60 – pensando comunicação
da mesma forma. Hoje nós, anun-
ciantes, não falamos mais em
mídia, falamos de “pontos de
contato”.
FÁTIMA
–ConcordocomoMário.
Um estudo feito, pela Leo Burnett,
comhomensemulheres,nomundo
inteiro, com uma grande seleção
de comerciais produzidos em todo
omundo: 68% não funcionaram –
a mensagem não chegou; ela está
descolada das novas realidades, as
quais o Mário cita com proprie-
dade. Isso nos leva à reflexão: “Por