Janeiro_2006 - page 82

Mesa-
Redonda
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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I R O
D E
2006
FÁBIOMARIANO
– Até respei-
tando a diferença entre as pessoas.
Se reconhecermos que não são
mais consumidores, temosde, real-
mente, assumir que as pessoas têm
diferenças.
PIRATININGA
–Aí achoque está
a estratégia de abordagem desse
ponto-de-contato: como vai distin-
guir, referenciar, sublinhar esse
contato a determinadas pessoas.
MÁRIO
– E aí precisa-se de pen-
sadores nessa direção.
PIRATININGA
– Estão faltando
em todos os setores. Hoje, a pro-
paganda brasileira está carente de
pensadores. Os anunciantes estão
carentesdepensadores.Mas, quan-
do falamos da ausência de pen-
samento inteligente nessa área,
essaausênciaéem todosos setores.
Hoje é terrivelmente difícil a agên-
cia interagir com o anunciante
porque admitem garotos recém-
formados que querem fazer car-
reira.Você vai lá numa segunda vi-
sita e a pessoa já está trabalhando
em outra empresa...
MÁRIO
–Por causadisso, estamos
introduzindoumprocessodiferente
deentradanacompanhia; vai voltar
a ser comoeranos anos 60. Emvez
de entrar como gerente júnior de
marketing, ele é admitido como
pesquisador de mercado.
PIRATININGA
– A pesquisa hoje
é usada pelo anunciante como áli-
bi, porque elenãoquer sequeimar.
Então, se tem uma campanha, um
produto ou o que quer que seja,
pesquisa. Pesquisa feita, me auto-
rizam a fazer. Se der errado, a
culpanãoéminhaporque foi apes-
quisaque indicou. Entãoéumálibi;
não é uma coisa profunda onde se
quer realmente chegar na origem
e finalização do processo. Os veí-
culos de comunicação foram
finalmentedesmascarados.Nahora
queoWilliamBonner–que foimeu
aluno – disse que a audiência dele
é para o Homer Simpson... Então
isso não serve, porque ele não vai
entender; não fala de BNDES por-
que ele não sabe o que é...
JR
–Mas um grande veículo, como
a TV Globo, forçosamente tem de
trabalhar com umamédia. Emédia
não existe; é uma abstração. Pode
ser o Homer Simpson, como pode
ser outra coisa.
JOSÉ FRANCISCO
– Sempre me
considereiumprofissionaldemídia;
sou apaixonado por essa atividade.
Mas nãodiriaque é essa coisapara
o futuro.Vejoessaprestaçãode ser-
viços de comunicação a partir de
profissionaisque tenhamnão sóum
pensamento estratégico global,
mas que partam dessa visãomúlti-
pla do negócio, de ter pontos de
contato.Trata-sedeumanova ativi-
dadedamídia, achoqueultrapassa
o que era simplesmente selecionar
meiosdecomunicaçãoporquepas-
sa a somar o conhecimentoda pes-
quisa, do planejamento, uma visão
geral do negócio, um conheci-
mento profundo de uma coisa que
chamaríamosatendimento. Essevai
ser o gestor do negócio. E não vejo
nisso um espaço próprio para o
profissional de criação. Não que
ele não tenha importância. Mas,
vejo, no futuro, um profissional de
criação mais especializado – a
criação será segmentada. Não
existirá um único profissional, com
talento tão espetacular, que possa
criar campanhas brilhantes para
essespontosdecontato tãodiferen-
ciados. Uma coisa é fazer o anún-
cio; a outra é fazer o evento da
Casas Bahia.
GRACIOSO
– Acho que você to-
cou no ponto. O profissional de
criação do futuro – e esse diz res-
AS 7 ARENASDACOMUNICAÇÃO
COMOMERCADO
Mundo do Entretenimento –
desde Madonna até o Rock
in Rio
Esporte–patrocíniodeespor-
tistas e clubes
Mundodamoda –desdeGi-
sele Bündchen a São Paulo
FashionWeek
ComunicaçãoPromocionale
Dirigida (
merchandising
,
promoções, concursos,premiações,
internet, telemarketing etc.)
Grandes eventos promocio-
nais, como salões e feiras
Grandes cadeias varejistas
Propaganda tradicional
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5)
6)
7)
(Prof. FranciscoGracioso)
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