Revista daESPM – Julho/Agosto de 2002
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Conclusões
Este artigo tem por finalidade regis-
trar as conclusões e tecer alguns comen-
tários a respeitodapesquisa.As conclu-
sões apresentadas não seguem uma or-
dem lógicaoude importância frenteaos
resultados obtidos.
Ao final de cada entrevista e name-
didaemqueaanálisee interpretaçãodos
dados foram-se desenvolvendo, as con-
clusõesmostraram-se surpreendentes.
1.
a
)
O controle declaradamente
mais usado é o simples Fluxo deCai-
xa, sob a forma de listas de contas a
pagar e contas a receber, e também é
o controle radical que libera as com-
pras.
Isso demonstra o primitivismo bra-
sileiroe temorde jurosaltos.Praticamen-
te, não é controle de gestão, é controle
para não pagar taxas de juros das mais
altas domundo.
E a razão das inúmeras publicações
sobreFluxodeCaixaeditadasnoBrasil,
onde destacamos as contribuições de
FREZATTI
(20)
, que divide a movimen-
taçãodo“dinheiro”naempresaemqua-
tro subfluxos: operacional, não
operacional; de ativos edos acionistas e
subsidiacompropriedadeasdecisõesde
nossos executivos.
2.
a
)
Onível e aquantidadede con-
trolesdas empresaspesquisadasmos-
traramqueamaiorpartedasmesmas
tempoucos e precários controles.
3.
a
)É significativoodesejodos diri-
gentes por novos controles, destacando-
se quatro tipos; Indicadores de Desem-
penho32%,ElaboraçãodeOrçamentoe
16%, SistemadeCustos 16% ePlaneja-
mentoFinanceiro 8%.
4.
a
)Foi surpresaaexistênciadecon-
troles de Risco de Sobrevivência por
partedas empresas pesquisadas.Até en-
tão, a impressão que nos prevalecia era
a de que os executivos tomavam deci-
sões combasenos controlesdeResulta-
doEconômico.
Tal preocupação pela sobre-
vivência pode ser
explicada em nossa
economiapelaseleva-
das taxasde juros co-
bradas pelo sistema
financeiro para capta-
ção de recursos.
As informações obti-
dasnapesquisa, somadasàs
contribuições do artigo de
SIMONS
(21)
publicado na
Harvard Business Review
, nos
mostramque as empresas de-
vemcolocarnomesmopla-
no o Monitora-
mentodoRis-
co de seus ne-
gócioseodaadoçãodosModelos
Gerenciais de controle como proposto
neste estudo exploratório.
Entenda-se que o Risco do negócio
pode ser monitorado por dois tipos de
controles: aqueles pertinentes à Sobre-
vivência da empresa nomercado e rela-
tivo a seuResultadoEconômico.
Os de Sobrevivência podem ser re-
presentadospela elaboraçãodo fluxode
caixa, de orçamentos, das operações no
mercadode derivativos, de acompanha-
mentodepolíticas econômicas etc., eos
pertinentes aoResultadoEconômico da
empresa podem ser representados pela
elaboração dos sistemas de custos, dos
demonstrativos contábeis, por um con-
junto de indicadores etc.
5
a
)Existemdiferentesposturasquan-
toaoscontrolesconformeaqualidadedo
setor de negócio: nos bons setores de
negócios os executivos equilibramme-
lhor os controles de Risco de Sobrevi-
vênciacomosdeResultado, enosmaus
negócios em si os dirigentes se concen-
tramnos controles deRiscodeSobrevi-
vência.
Conforme mostra o Quadro – Con-
troles eNegócios – as empresas classi-
ficadas em negócios “piores” dão mais
ênfase aos controles deSobrevivência e
fundamentalmenteosdeCaixa.Somam-
se a estes, no seu “dia a dia”, alguns In-
dicadoresespecíficosegostariamdedis-
por de sistemas de custos.
No entanto, as empresas classifica-
das em negócios classificados como
“melhores”, possuem controles mais
completos, istoé, utilizam-sede Indica-
dores Específicos, Planejamento Estra-
tégico, Sistemas informatizados e gos-
tariam de dispor demais orçamentos.
6.
a
)OsRelatóriosContábeis tiveram
respostas radicais: todososdirigentesde
empresasexclusivamentebrasileirasnão
valorizam esses relatórios e todas as
empresas com sócios estrangeiros regu-
larmentepreparameenviamosdemons-
“Apercepçãodos
efeitosdas
decisõestomadas
pelosexecutivos
dasempresasé
uma
questão
importantepara
sua
administração.”