Maio_2002 - page 88

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Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
de preocupar-se emmostrar como
o Hitler era bacana, inaugurando
mais 20 km de estrada ou o metrô
deBerlim, elespromoveramoparti-
do através de idéias e valores. O
WinstonChurchill fez amesma coi-
sa. Ele levantou o povo inglês con-
tra os alemães dizendo: “Nós
estamos do lado do bem, contra o
mal”. Eosnorte-americanosvêm fa-
zendo isso a vida inteira. Há cem
anos que Hollywood não faz outra
coisa. Para vocês, envolvidos no
marketing e na propaganda política
brasileira, isso não encerra alguma
lição?Poisnãoéoquevejonanos-
sa propaganda política. Vejo mais
ênfase em realizações materiais;
provas de ser um grande adminis-
trador. Eninguém sepreocupa com
idéias e valores. Certo ou errado?
Elysio
– Acho que está absoluta-
mente errado. Acho essencial idéi-
as e valores. Na realidade, é o que
se coloca mais fortemente em dis-
cussão nas eleições – estou falan-
do principalmente da majoritária.
VoucitarumartigoqueoStalimires-
creveu, háunsdoismeses, so-
bre a história de alguém que
écasado, temum filho,eque
pode ser bom caráter ou
mau caráter.
Stalimir
– O dado que
me tinha impressionado
foi oGarotinho ter ado-
tado cinco crianças.
Achoqueograndese-
gredo – e é o que o
Prof. Gracioso está
falando–éoque tem
sentido.Temsentido,
para população,
essevalor?
JR
– Mas ele é
real?
Stalimir
–Tem que ser real.
Emmanuel
–O que estamos falan-
do aqui o tempo todo – e é impor-
tante que isso seja cada vez mais
dito para as pessoas – é a subordi-
naçãodomarketingaoprocessopo-
lítico.Oqueestamos falando– seja
de Hitler, seja de Churchill, seja do
processopolíticoque
existe hoje, é se
uma campanha
éética.Umpolíticoéticovai ter uma
campanha mais ética; um político
raso vai ter uma campanha mais
rasa. Émuito importantequedeixe-
mos claro para os leitores, para os
alunos, a subordinaçãoabsolutado
marketingaoprocessopolítico.Toda
vezque issonãoacontece, você tem
um processo político fraco onde o
profissional demarketing, naverda-
de, assume o papel do político e aí
não é omarketing que subordina o
produto–éopróprioprofissionalque
vira político. Participei de algumas
campanhas onde o profissional de
marketing era mais político do que
o candidato.
JR
– Aliás, alguém disse: “Vamos
fazer uma eleição entreDudaMen-
donça eNizanGuanaes”.
Emmanuel
– Não é exatamente o
caso, porque tanto a história políti-
cadoPTquantodoSerrasãohistó-
rias consistentes, independente-
mentedequalquer julgamentoenão
seria isso.
“Eeleprometeo
queeramais
desejadopelo
público feminino.”
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