Maio_2002 - page 93

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Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
mente, a favor doMaluf –avotar no
Tancredo. E deu certo. Então você
vê. Marketing político que não era
marketing eleitoral.
Elysio
–Na realidade, haviaumelei-
torado a ser pressionado, que eram
aquelesdo colégioeleitoral; nemera
oCongresso.Nãoseisevocêsse lem-
bram,masocolégioeleitoral eramai-
or do que oCongresso; ele tinha re-
presentantes nas assembléias
legislativas.
Stalimir
– Ele é composto de ma-
neira a eleger.
Elysio
– Como eleição de clube.
Eleiçãodeclube–normalmentecom
1.000 sócios – tem campanha.
Emmanuel
–Eémarketingpolítico…
Stalimir
–Uma vez perguntei a um
colega que estava fazendo a cam-
panha de um candidato: Você vai
fazer essacampanha?Vocêconhe-
ceahistóriadopassadodele?Eele
respondeu: “Eu também não sei
como se fazCoca-Cola”.
JR
–Gracioso, vocêquer dizer algu-
ma coisaparaencerrar essaparte?
FG
– Acho que todos aqui foram
muito sinceros. E, no duro, isso
corresponde à atitude que predomi-
nanasagênciasque trabalham com
produtos.Nãocabeanós realmente
gostar ou não de um produto. Lem-
bro muito bem como era difícil, no
meu tempo, usar Kolynos. E tínha-
mos que falar bem de Kolynos. É
evidenteque todosnós–ecreioque
isso se aplica àmaioria das campa-
nhaspolíticaseeleitorais tantoquan-
toàsdeprodutos–dizemosaverda-
deemnossascampanhas.Oque,às
vezes,achamosnãoser verdadeéa
nossa interpretaçãodo fato.Averda-
deéalgo tão relativo.Achoqueoar-
dor da discussão aqui mostra tam-
bémqueatéosplanejadorese reali-
zadoresdecampanhadeixam-seen-
volver pelo climaemocional.
Marcelo
–Nem dá para fazer cam-
panha sem se envolver.
JR
–Achoquedeveríamos tentarres-
ponderaumaoutraperguntaaqui,que
é a seguinte: a existência desse tipo
demarketing, desse tipodeprofissio-
nais – dos quais vocês representam
uma pequena parte, mas que, indis-
cutivelmente, existe no Brasil e são
competentes; isso contribui para a
melhoria da democracia e das insti-
tuiçõesdemocráticas, ou não?
FG
–Sevocêmepermite–gostaria
deampliarapergunta, lembrandoda
entrevista que fizemos com o Alex
Periscinoto. OAlex – vocês sabem
queestáenvolvidona secretariada
comunicação da presidência – de-
fende a seguinte tese. Ele diz que
chegaráodiaemqueopoder cons-
tituído no Estado brasileiro irá per-
ceber a importânciadapropaganda
política permanente – não evidente
para divulgar realizações dos
governantes–,masparaserviràso-
ciedade através da divulgação de
valores, crenças, hábitos, atitudes
condizentes com a cidadania. Não
sei oque vocês pensam,mas, den-
tro dessa tese, omarketing político
eeleitoral podeser útil àsociedade.
Achoquepode, demilmaneiras, in-
clusive no que você está falando
agora. Como promoção ou campa-
nhadepolíticos.Mas tambémpreo-
cupar-se com algomais permanen-
te,maisoumenos,na linhasugerida
peloAlex?
Stalimir
–Acho que o que ele pode
e deve realmente é tudo isso que o
Prof. Gracioso falou. Mas, naminha
opinião, o marketing político hoje é
um negócio fornecedor de um outro
negócio chamado política. Não é
mais do que isso. Não vejo nenhum
compromisso de nenhuma espécie.
Éumnegóciodemuitodinheiro; um
negócio muito grande e muito inte-
ressante. Eele serveaumoutrone-
góciomaior ainda chamadopolítica.
Emmanuel
– A gente volta àquela
constatação de que o marketing é
subordinadoaoprocessopolítico.O
queoAlex falaédeumprocessode
comunicação cujaessênciaestána
essência da boa política, ou seja,
você presta contas; você incentiva.
Qual éoobjetivodapolítica?Écon-
quistar pessoas para sua causa,
para suas idéias para executar um
determinadoprojetodebemcomum.
Para isso, vocêprecisautilizaropro-
“Participeide
algumas
campanhasondeo
profissionalde
marketingera
maispolíticodo
queocandidato.”
“Omarketing
ocupouumespaço
quea faltade
ideologiadeixou.”
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