Uma lição ainda hoje atual: o lançamento do Itamaraty, o primeiro carro de luxo brasileiro, em1965
Revista daESPM –Maio/Junho de 2003
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pode deixar de dar a ele uma
importância muito grande na
propaganda brasileira, porque
tratou essas coisas com absoluto
profissionalismo. Mexia comigo,
diziaqueeuoestavaexplorando...
Inventei coisas diferentes
também. Por exemplo, o Schultz-
Wenkenãoera conhecidonoRio.
Produzi uma festa para ele, no
CountryClub,veiotodaasociedade
carioca,eleconheceutodomundo,
autoridadesqueaindamoravamno
Rio... Mas a festa ficou mais
famosa porque nela entrou um
penetra fantástico, era um
“penetra profissional” – muito
inteligente – que penetrava as
festas do Rio, mas ninguém dava
muita bola para ele. Estavam
querendoexpulsar openetraeeu
disse: “Convida ele para a sua
mesa, vai dar notícia...”O Schulz
convidouopenetraparaamesa,
openetraaceitou,maspediuque
nunca se repetisse aquilo, na
vida dele, porque desmoralizava
aprofissãodepenetra. Elepodia
terasuacarreiraprejudicadapor
causadisso.Aquelaconsagração
estava absolutamente contra as
regraséticasdaprofissãoqueele
adotara. Era penetra em bati-
zados, casamentos, alguns fune-
rais e de todas as festas, desde
que omenu e o local o agradas-
sem. Era sinal de prestígio, a
festa em que tentava penetrar...
Aí, evidentemente, eu já
estava encantado com a propa-
ganda. Começou a fase final de
montagem da TV Globo. Mas,
pouco tempo depois da inaugu-
ração, surgiuumanovaoportuni-
dade. Na minha função de
cronistadeautomóveis, eu tinha
uma ligaçãomuitograndecomos
presidentesdasempresas:eu fui
amigo doSchulz-Wenke doMax
Pearce, do Alfred Jurzykowsky,
que era o homem daMercedes,
e eu batizava nomes de carros;
fui eu quem criou o nome
“D
escobri
que
havia
um
mercado
, nap
ropaganda
– eque
nesse
mercado
pagava-se
bem.
”
Capada revistaManchetededezembrode 1965