Julho_2006 - page 55

A idade
da razão
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R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
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J U N H O
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secundária – a dos negociantes –,
assumiram aos poucos uma van-
guarda na sociedade, e tornaram-
se bem vistos, tão ou mais impor-
tantes que os intelectuais, nasmen-
sagens damídia para amassa con-
sumidora. Na década de 50, no
início da era do culto às celebri-
dades, numa comparação que es-
candalizou a muitos, matéria da
revista
Esquire
chegou a dizer que
um Rockfeller valia mais que um
Steinbeck. Os intelectuais, nesse
contexto, foram levados a observar
melhor a atividade dos empresários
e a estudar e explicar o sucesso da
sociedade de consumo. Tornaram-
se os teóricos do marketing uma
nova disciplina que tratava de oti-
mizar as técnicasdeproduçãoeco-
mercialização, e que podia expli-
car sucessos e fracassos com obje-
tividade racional.A técnicadomar-
keting torna-se verdadeira ciência,
e colabora para o aperfeiçoamento
social, principalmente pela reno-
vação de produtos e processos por
outros aperfeiçoados. Dessa forma,
o marketing é o verdadeiro pai da
inovação.
Contudo, notava-se no discurso de
muitos daqueles teóricos um condi-
mento de guerra-é-guerra, que, na-
quela fase, dava o tom, quase geral,
dacompetitividade.Masalguns,como
Peter Drucker, demonstravam a lu-
cidez para não justificar um vale-tudo
do sistema, coisa que é exemplificada
quando ele criticou acidamente o
combate ao prejuízo da Chrysler à
custa de vinte mil empregos. Ele
previa o problema que nascia com
a prioridade exagerada do lucro.
No cômputo geral, foram aqueles
teóricos do marketing que acaba-
ram criando suas leis e verdades,
compondoumaverdadeirabíbliade
boa administração com o objetivo
de otimizar produção e vendas, e
PeterDrucker
demonstrava a
lucidezparanão justificar
umvale-tudodosistema,
coisaqueéexemplificada
quandoelecriticouacida-
menteocombateao
prejuízodaChrysler àcusta
devintemilempregos.
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