A idade
da razão
64
R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
/
J U N H O
D E
2 0 0 6
realidade atual, já fartamente de-
nunciados. Não se vê mais sentido
em transformar executivos em
workaholics
, como também não faz
sentidoaperfeiçoaraproduçãoàcusta
da eliminação do emprego de con-
tingentesque,arigor,desempregados,
ficam impossibilitados de consumir.
Tudo isso que o olhar otimista espera
que aconteça será tambémprodutoda
inovação, que, com sua ação depu-
rativa, irá redimir o seuusoexagerado.
Isso será produto do que pode ser
chamado de macro-mudança. Espe-
ramos poder vê-la embreve.
meio de ajustes ao interessemaior da
sociedade, é razão para um olhar
otimistanofuturo.Trêsrápidosexemplos
desses ajustes: as exigências das
empresas para que seus fornecedores
obedeçamapráticassadiasnasrelações
de trabalho; o valor maior que os
veículos ganham ao aumentar seu
percentual de partes recicláveis; a
criação de fundos de investimento
voltados, especificamente, para empre-
sas socialmente responsáveis.
Vemos hoje assimque, em ritmo cres-
cente, agora as atividades econômicas
passam a preocupar-se com a
sustentabilidade ambiental e com a
relaçãodohomemcomoseu trabalho.
Esse parece ser o iníciode um tipode
macromudança, tornando superados e
até caricatos alguns aspectos ruins da
)
ES
PM
sempre teve umpapel importante nas
conquistas da humanidade, passou a
apresentar um seu ladoperigosode se
pôr a serviçodeum sistema imperfeito
demais. Surgem alertas, preconizando
o uso da inovação para a solução de
problemasqueoseuabusocriou.Sobre
issoalegro-mepor já terdado, também
para meus alunos, um toque cons-
cientizador, na forma de um texto (ver
quadro3) emquedefendo limitespara
a inovação.
A idadedarazãonocampoda inovação
se caracteriza também pela nova
posição damídia, com exemplos em
reportagens e artigos, trazendo novas
orientações, e que, invariavelmente,
aparecememtodasasediçõesderevistas
degestãoedenegócios,comoa
Harvard
BusinessReview
ea
BusinessWeek,
além
deoutras.
São estudos como, para citar o exem-
plo de um dos mais importantes,
“Innovation vs Complexity”, publicado
naHBRdenovembropassado,sobreos
problemas advindos do emprego da
inovação permanente frente à
complexidade da sua administração.
Lendo-o, vemos que a complexidade,
fenômeno que também foi pionei-
ramente estudado por Edgar Morin,
parece ter feito chegar o que poderia
ser considerada “a hora da verdade”,
naqualnenhumconceitomaisésagra-
do, e tudo, até a própria mudança,
precisa ser revisto à luz da realidade
que nos cerca.
APÓSAERADASMUDANÇAS
ENDEUSADAS,AVIDAINTELIGENTEVIRÁ
TAMBÉMATRAVÉSDEUMAMUDANÇA.
Os novos rumos que omarketing co-
meça a tomar, aperfeiçoando-se por
“Quem, ao
percorrer um caminho
conhecido,descobreum
novo caminho, pode
considerar-sesábio”.
Confúcio
JOSÉPREDEBON
Leciona Inovação e Criatividade na ESPM,
na Faculdade Trevisan, na Fundace USP
e no Instituto Mauá de Tecnologia.