Marco_2005 - page 35

Luiz
Gushiken
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M A R Ç O
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A B R I L
D E
2 0 0 5 – R E V I S TA DA E SPM
crescendo, mas o estado psicos-
social dosagenteseconômicosdes-
cendo...”Eoque teriadeacontecer
aconteceu: ocrescimentodoPIBde
5.2 foi o maior destes últimos dez
anos.
Masacampanhadepesomesmo foi
a“OmelhordoBrasiléobrasileiro”,
com focono indivíduo.Comodisse,
pesquisas e estudos realizados nos
últimos anos revelaramaexistência
de baixo grau de auto-estima entre
os brasileiros. Por exemplo, em
1998, o Instituto Latino Barômetro
constatou que apenas 22% dos en-
trevistadosbrasileirosdeclararam ter
confiança em seus compatriotas –
umpercentualmuitobaixo, secom-
parado às respostas do Uruguai,
64%;Colômbia,55%;eChile,52%.
Respondendoaoutrapergunta,79%
dos entrevistados brasileiros afir-
maram sentir orgulho de sua naci-
onalidade. Poderiaparecerumbom
número, até compararmos com a
média de 86% para os demais paí-
ses daAmérica Latina.
O estudo realizado em 2002, pelo
SEBRAE, identificou os principais
pontos fracos do Brasil, em ordem
de importância:
a faltade auto-estima, valorizan-
doapenas oque vemde fora;
a falta de confiança nas au-
toridades e no governo, que se
reflete na desconfiança geral em
relação às empresas públicas;
um certo desprezo pela técnica;
a idéia demalandragem como
necessidade de tirar partido de
tudo, sobretudo em detrimento dos
mais humildes;
a escassa divulgação do
trabalho cultural brasileiro em
todos os setores.
Era importante,então,despertar,nos
brasileiros, o sentimentodeorgulho
e satisfação a respeitodas suas pró-
prias realizações epotencialidades,
paradar-lhesoespelhopositivo, livre
de chavões ultrapassados e precon-
ceituosos; para conscientizar os ci-
dadãos sobre o efeito das suas ati-
tudes e ações, para a sua auto-rea-
lização e para o futuro da nação.
Combaseem tudo isso, fizemosuma
série de filmes, que foram veicu-
lados. Por exemplo, o do Ronaldi-
nho e doHerbert Viana que são fi-
guras conhecidas. Fizemos três pe-
ças com pessoas desconhecidas,
cuja conduta na vida pessoal é
exemplar.Desses três, comumbra-
sileirochamadoRobertoCarlos,que
acabou sendo lançado antes de co-
locarmos o filme na televisão, por-
queele foi convidadopelo JôSoares
para uma entrevista, e mostrou o
filmenoprogramadele, lançandoo
umexemplodeumapessoaque teve
muito sucesso na vida. Tivemos um
outro chamadoChicoBrasileiro.
Agora, quero acrescentar uma dica
para futuros profissionais de comu-
nicação: fazer emontar um comer-
cial comooque fizemos, comapar-
ticipação do Ronaldinho, não é di-
fícil; oproblemaé ter aautorização
de todas as pessoas envolvidas para
veicular. Há duas formas: ou paga,
ouobtémaautorizaçãodeles. Epa-
gar ao Ronaldinho é uma fortuna.
Mesmo conseguindo o Ronaldinho
de graça, pagar a Globo, o SBT, a
Record, Bandeirantes custa uma
nota. E essas peças foram feitas e
difundidas gratuitamente, por um
longo período no Brasil, porque o
conceito e o objetivo da campanha
eramnobres.Mostramosàmídiaque
isso teriaum impulsovitalizador no
própriopaís–eamídia também tem
86%
é amédia dos demais
países daAmérica Latina.
79%
dos entrevistados
brasileiros afirmaram
sentir orgulho de sua
nacionalidade.
SEGUNDOO INSTITUTO LATINO BARÔMETRO (1998)
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