Luiz
Gushiken
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M A R Ç O
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A B R I L
D E
2 0 0 5 – R E V I S TA DA E SPM
umvalor agregadoàmarca. Eovalor
agregado foi o povo brasileiro, que
contém riqueza, algo que é possível
explorar positivamente. Na Fórmula
1, por exemplo, a equipedaRenault
colocou“OmelhordoBrasiléobrasi-
leiro”no seucarro.
Algumas empresas utilizaram em
anúncios: aGeneralMotors–maior
montadora domundo – usou o
slo-
gan
, a Ford. A AmBev e a Schin –
duas concorrentes – aderiram ao
movimento. A CVC – maior ope-
radora de turismo no Brasil – tam-
bém colocando a marca nos seus
anúncios.ATAM, bancos, operado-
ras de telefonia se engajaram. A
Gradiente,oMagazineLuiza–eleita
melhor empresa para se trabalhar,
em 2004, promove o concurso “O
melhor do Brasil é o brasileiro”. A
Michelin–uma indústriaestrangeira
– que percebe a força da marca, a
revista
About
.Acampanha foi tema
doPrêmioColunistas; aRedeTVno
programa Super Pop que fez uma
homenagemaOsmarSantosusando
amúsica temadacampanha;oFaus-
tão fazendo
link
comAtenasusando
amúsica!Tenteoutravez”, como si-
nônimodasvitórias.Nocarnavalde
SP, a cada escola que passava, vi-
nhamos garis limpandoecomuma
faixa “Omelhor do Brasil é o bra-
sileiro”. Então, essemarketing viral
é algo estrondoso.
Disseavocêsqueogoverno só teve
gastos comocomercial emhomena-
gemàsmulheresnasOlimpíadas.Eu
também gastei um pouquinho em
um livroquepublicamos
100brasi-
leiros
comopartedacampanha.Per-
cebi que, noBrasil, não temosmui-
tas biografias de brasileiros ilustres,
por temas. Há um dicionário de
verbetesdosbrasileiros ilustres,mas
não temmuita substância. Entãope-
di à Biblioteca Nacional que orga-
nizasse um livro, partindo do se-
guintecritério: elencaralguns temas
como arquitetura, cultura, militar,
heróis desconhecidos. Fizemos um
painel de vários temas e uma con-
sulta.Cadagrupo tinhaumcorpode
jurados – pessoas de notório saber
na área –que escolheram as figuras
mais ilustres da nossa história. A
única área em que não houve jura-
dos foi oesporte–que foi feitopela
Internet. Foi-meditoque secolocás-
semos,nessaárea,duaspessoaspara
dizer quem é o mais importante,
haveria briga. Fiquei um pouco
apreensivo porque a nossa juven-
tudepoderianãose lembrardosnos-
sos ilustresmaisantigosemesportes,
masnão foioqueaconteceu.O livro
teveuma tiragemdecincomilexem-
plares. Entramosemcontatocomas
empresasparaqueelasdifundissem
essasbiografiasemescalademassa.
O BNDES vai fazer 250 mil livros
infanto-juvenil, comprojeto gráfico
doZiraldo, adaptando a linguagem
para esse público; a Caixa Econô-
mica, agendas; o Pão de Açúcar,
uma exposição na Esplanada dos
Ministérios. Mas o tiro pesado foi
quando os bancos começaram a
entrar.OBancoReal, por exemplo,
conseguiu colocar em aplicativode
talãode cheques – 700mil talões –
um resumo dessas biografias. Estou
esperandoqueoutrosbancos façam
omesmo.AAssociaçãoBrasileirade
Shoppings decidiu montar, dentro
do espaço privado do
shopping
,
uma demonstração desses 100
brasileiros. E quero lançar, com o
presidentedaRepública, essaexpo-
sição, em Brasília, com crianças,
através das escolas. ACPFL vai im-
primir 4 milhões de contas de luz
com essas biografias. Percebemos
que, emmuitos desses papéis que o
cidadão recebe, há espaço emuitas
empresas o utilizam para fazer co-
mercial. Conversamos com elas e a
CPFLeoutrasempresasdistribuidoras
deenergiaelétrica toparam.Então, te-
Eu também gastei um
pouquinho em um livro
que publicamos 100
brasileiros como parte
da campanha. Percebi
que, no Brasil, não
temosmuitas biografias
de brasileiros ilustres,
por temas.
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