Marco_2005 - page 87

Mesa-
Redonda
100
R E V I S T A D A E S PM –
M A R Ç O
/
A B R I L
D E
2 0 0 5
JR
– O embaixador Sergio Amaral,
entrevistado, foi claro: “Na adminis-
tração pública, tudo é negociado”.
CARLOS
– Não é diferente em ne-
nhum lugardomundo; todosospaí-
ses são iguais. Estamos querendo
aquiumautopia.OsEstadosUnidos
–paísmais ricodomundo – correo
risco de falir, com um governo que
gastamais e pior do que o nosso.
JR
– Li uma análise do governo da
Margareth Thatcher – pessoa abso-
lutamente liberalizante – que, nos
14 anos do seu governo, a parti-
cipação do estado na economia do
Reino Unido diminuiu em 1%...
OCTÁVIO
– Uma coisa aprendi,
na minha vida profissional: o pro-
cesso de amadurecimento institu-
cional é cumulativo. Não se anda
para trás.Vai desde a inflação, pois
é uma conquista institucional, ter
uma gestão da moeda... A própria
cultura do país rejeitaria uma nova
inflação. Então, o nome do jogo da
competitividade é previsibilidade
– proporcionar previsibilidade de-
cisória às famílias e às empresas,
conquistando uma estabilidade
monetária – garantindo uma polí-
tica macro, robusta, consistente;
avançando nesse amadurecimento
institucional.
FERNANDO
– O governo do Es-
tado temuma razoável estabilidade
– estamos no terceiro mandato de
um mesmo grupo e numa mesma
linha. Ninguém nega a preocupa-
çãodogovernocomacorreção,boa
gestão, austeridade. Hoje, o Estado
de São Paulo está investindo R$ 6
bilhões de recursos próprios – sem
contar as estatais – com possibi-
lidade de mais. Isso é um dado.
Nossa experiência na secretaria –
que é de desenvolvimento econô-
mico na interlocução com as em-
presas – é que o fator número 1,
peloqual procuram SãoPaulopara
expandir sua atividade, ou aqui se
instalar, é justamente isso: previsi-
bilidade, confiança, cumprimento
das regras. Nesse período, não au-
mentou impostos; pelo contrário,
diminuiu em mais de 200 itens a
política tributária.
CARLOS
– Acho bacana essa defi-
nição do crescimento como cumu-
lativo: porque, realmente, não se
anda para trás. E acho sensacional
que uma grande parcela da popu-
lação brasileira esteja preocupada
com a carga fiscal. Entrei, outrodia,
no táxi, e o motorista – sem saber
quem eu era – viu pessoas fazendo
barulho na rua e disse: “O Sr. acha
que essa tal de MP232 será apro-
vada?” Vejam o raciocínio dele:
“Tudo quanto é pequeno empresá-
rio que conseguiu CNPJ, endereço,
não seimais oquê, vai virar camelô
denovo,para fugirdos impostos.Será
que essa gente não enxerga isso?”
Ummotorista de táxi!
FERNANDO
–Há impostos que são
contraproducentes. Pensando apenas
em caixa: há imposto que, quando
aumentado, diminui a arrecadação.
Aqui em São Paulo, num setor pro-
penso à informalidade – reduzimos
de 25 para 12%; a alíquota e a arre-
cadação aumentaram em 7%.
JR
– Isso teve divulgação pela im-
prensa? Essa é o tipoda boa notícia
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