Marco_2005 - page 83

Mesa-
Redonda
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R E V I S T A D A E S PM –
M A R Ç O
/
A B R I L
D E
2 0 0 5
almirantes, brigadeiros; ninguém
mais. Issomostraodesenvolvimento
do nosso arcabouço institucional.
Acho que, também, devemos olhar
a questão da competitividade por
esse lado.
JOSÉ FRANCISCO
– Voltando ao
quedisseramoOctávioeoFernan-
do, acho que a mudança da
política cambial foi fundamental.
O nosso modelo militar, econô-
mico, o processo de substituição
de importação – tudo isso se es-
gotou na crise do estado. Tive-
mos duas eleições em que foi
vitorioso o discurso da abertura
econômica de mercado, expri-
mindo o desejo da sociedade. A
mudança institucional veio como
conseqüência. Fundamental tam-
bém foi a queda da inflação por-
que ajudou a compreender o que
é mercado. O fim da inflação é
um marco importante.
JR
– Estou percebendo um certo
triunfalismo nessa conversa. Será
que estamos tãobem assim?Quan-
do–porexemplo–ultrapassaremos
essamodestamarca, de apenas 1%
do comércio internacional?
ROBERTO
– Já passamos – hoje é
1.1%. Mas para chegar a uns 3%
demora um pouco. Recentemente,
escrevi um artigo dizendo que, se
estivéssemos participando de uma
corrida de 100 metros, a competi-
tividade brasileira seria satisfatória.
Temos crescido acima dos índices
docomérciomundialdurantecinco
anos seguidos.Quando amédia do
comércio mundial foi de 6%, nós
crescemos 12%. Quando foi 15%,
crescemos 30%. No curto prazo,
nosso desempenho foi bastante
satisfatório: saímos de 0.8% para
1% – foi o ganho recente. Mas, se
analisarmos a corrida como uma
maratona, e considerarmos o ano
de85comopartida, estamosno fim
da fila... Esse é o desempenho de
queprecisamos.Anosdeequívocos
de políticas públicas, de câmbio
supervalorizado – que foi um fator
fundamental no desajuste do setor
exportador brasileiro – tudo isso
prejudica a competitividade. Em
1985, nós exportávamos US$ 25
bilhões; a China US$ 23 bilhões e
o México 21. Se tivesse de apos-
tar, naquela data, que país sairia
na frente, como potência emergen-
te na exportação, certamente apos-
taria no Brasil. OMéxico era um
país de economia fechada, com
estrutura industrial incipiente. A
China nem sonhava em ser uma
economia emergente. Eumantinha
contatos pessoais com esse país
naquela época, e a maior dificul-
dade era comprar alguma merca-
doria chinesa; íamos lá vender aço,
manufaturadoseprodutosquímicos
e era difícil comprar alguma coisa
da China. Cheguei a importar até
artesanato. Hoje, a China está che-
gando aos US$ 500 bilhões; oMé-
xico entreUS$180 e200 eoBrasil
“FIQUEIESCANDALIZADOQUANDOFOILANÇADOO“FOME
ZERO”.DISSE:ÉVIOLAÇÃODAREGRANÚMERO1.”
1...,73,74,75,76,77,78,79,80,81,82 84,85,86,87,88,89,90,91,92,93,...115
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