Cultura e valoresnasempresasbrasileiras
R E V I S T A D A E S P M –
março
/
abril
de
2010
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Odos levantamentos sobrea fonte, anatu-
rezaeos limitesdosvaloresnãoeconômicos
nas organizações;
O do conjunto de condutas, condições e
maneiras de proceder nomeio onde a or-
ganização estáou será instalada;
Oda idealizaçãoreferidaàconduta individual
ecoletivadosmembrosdaorganização.
A corrente dominante nestes
estudosestámuitomaispróxima
da visão apolínea, da noção de
padrãoculto, que tinhao termo
no século XIX. Um dos textos
seminais sobre cultura organi-
zacional é o artigo de capa da
BusinessWeek
, do já longínquo
27outubrode1980,quesintetizaesta tendência.
Discutea“construção”deumaculturacompatí-
vel comasnecessidadesepressõesdasociedade
moderna. Tratanãode compreender a especifi-
cidadedoentesocial,masdepreconizarum tipo
de associação economicamente rentável. Como
a maior parte dos estudos norte-americanos,
entendeaculturacomoinstrumento.Opropósito
declaradoéo“fortalecimento”daculturacorpo-
rativamedianteo“compromisso”(
commitment
)e
osacrifíciodaautonomia individualizante.Oque
sepretendeconseguir sãoa integração internae
aflexibilidadeexternadaorganização.
Outrasperspectivas,maisrecentes,entenderama
culturaorganizacionalcomomecanismoregulató-
rio, como regradecompartilhamento, comocon-
juntodesímbolosesignificados,comoprojeçãoda
consciênciahumana.Muitasdestastransposições
paraoâmbitodas ciênciasdegestão carecemde
umaclivagementreoquedeveserdenominadode
culturaeoquedeveriaserdenominadodepadrão
deconduta.Aculturanão sedecreta,não sema-
nipula.E istoporrazõespuramenteoperacionais:
acultura, entendidanosentidoantropológico,de
conjuntodepadrõesdecomportamento, crenças,
conhecimentos, costumes e valores que distin-
guemumgruposocial,éextremamentecomplexa,
e, sobretudo,é inconsciente.
Vivemosnohorizontedenossacultura, imersos
em valores que não visualizamos criticamente.
Tantonosentidoabstrato,de“ter valor”,comono
sentidoconcreto,de“serumvalor”,ovaloréum
atributo das coisas que consiste emmerecerem
mais oumenos estima por parte de um indiví-
duooude um grupo (seremdesejadas), ouque
consisteemsatisfazeremcertofim (seremúteis).
Entende-sequeovaloréalgoquevaleporsi,que
O artigo de capa da
Busi
ness Week
, em 27 outu
bro de 1980, discutia a
“construção” de uma cul
tura compatível com as
necessidades e pressões
dasociedademoderna.
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