Revista ESPM - março/abril 2002 - page 19

Revista da ESPM – Março/Abril de 2002
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Umpouco da
história do
Balanced
Scorecard
No início dos anos 90, em Harvard,
os Professores Robert S. Kaplan e David
P. Norton propuseram uma nova abor-
dagem para resolver problemas de
mensuração frente aos novos desafios
organizacionais das empresas inseridas
na economia do conhecimento.
Os autores constataram que os indi-
cadores financeiros isoladamente se mos-
travam incapazes de medir as atividades
criadoras de valor relacionadas com os
ativos intangíveis, como habilidades,
competências e motivação dos emprega-
dos, bancos de dados e tecnologias da in-
formação, processos, inovação emprodu-
tos e serviços, relacionamentos com os
clientes, imagem da organização e outras.
Surge então o Balanced Scorecard.
Instrumento que propõe o acompanha-
mento dos objetivos estratégicos da or-
ganização a partir de indicadores de de-
sempenho que espelhem quatro perspec-
tivas (Figura 1). A primeira, a Financei-
ra, deveria representar e expressar as
expectativas dos acionistas. A seguinte,
a de Clientes, deveria expressar os objeti-
vos estratégicos que atendessem ao mo-
delo de valor e às expectativas dos clien-
tes. Para que os objetivos dos acionistas
e clientes fossem satisfeitos, a próxima
perspectiva deveria tratar dos Processos
Internos, ou seja, atividades que, combi-
nadas, seriam capazes de gerar o valor
proposto aos clientes e acionista. E por
último, base de sustentação das demais,
deveria ser a perspectiva de Aprendiza-
do. Nelas estariam expressos os objeti-
vos ligados às competências, habilidades
e informações necessárias para eficácia
dos processos-chave.
Ao longo da década de 90, Kaplan e
Figura 1
Fonte: Reproduzido do livro
Organização Orientada para Estratégia
, Robert S. Kaplan David P. Norton, 2001, Editora
Campus
Norton, observaram que o BSC estava
sendo usado pelas empresas para solucio-
nar um problema muito mais importante
do que a mensuração de desempenho.
Uma questão crucial para as organiza-
ções: Como tornar a estratégia a agenda
central e operacional da organização?
Suas observações e os resultados al-
cançados pelas empresas que usavam o
BSC levou-os a definição do que cha-
maram a “Organização Orientada para a
Estratégia” – um novo modelo
organizacional. Nessas organizações, o
BSC vinha sendo utilizado para alinhar
a organização (estruturas, recursos, pro-
cessos, sistemas e pessoas) em torno das
metas estratégicas das empresas.
Nesse contexto, os processos
gerenciais críticos, como planejamento,
alocação de recursos, orçamentos, rela-
tórios e reuniões gerenciais, se concen-
travam em torno da estratégia. Com esse
foco, as organizações estudadas exibiam
desempenho extraordinário e não linear
segundo os autores. O todo realmente se
transforma emmuito mais de que a soma
das partes.
Omodelo
Porter
e o
Balanced
Scorecard
– A
Teoria e a
Prática
EnquantoKaplan eNorton descobriam
uma nova e importante aplicação para o
Balanced Scorecard, o Professor Michael
E. Porter, também em Harvard, redigia
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