Janeiro_2003 - page 42

RevistadaESPM– Janeiro/Fevereirode 2003
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à órbita norte-americana por relações
econômicas. Os Estados Unidos, por
outro lado, desejavam com sua política
de incentivo às democracias liberais
conseguir estabelecer uma hegemonia
sobre aAmérica.
No Brasil, os políticos dividiram-se
entre os pró Eixo e os favoráveis aos
Estados Unidos. Todavia, o que acabou
prevalecendo nos primeiros anos do
conflito foi uma tentativa de conciliação
encabeçada por Getúlio Vargas, onde o
Brasil comercializava com aAlemanha e
comosEstadosUnidosaomesmo tempo.
Contudo, à medida que a guerra
avançava, tal postura do Brasil tornou-
se incômoda para os americanos, que
clamavam por uma aliança continental
de defesa da América. Nos círculos
políticos favoráveisaosalemães (Dutra,
Gois Monteiro e Filinto Muller) a
penetração norte-americana (por
exemplo, a proposta da basemilitar no
nordeste brasileiro) era vista com
apreensão. Mas a ofensiva desenfreada
dos alemães na Europa também gerava
inquietude.
Tal impasse sofreu um impacto
decisivo quando, em 1941, o Japão
bombardeou Pearl Harbor, tornando
essencial à entrada direta dos Estados
Unidos na Guerra. A partir de tal
acontecimento, as idéias da cooperação
esolidariedadedocontinenteamericano
diantedo inimigonazistaganharam
cada vezmais forças.
Oanode1942 foi extrema-
menteconturbado.AFEB(Força
Expedicionária Brasileira criada
em1941)patrulhavaopaís, aUNE
(União Nacional dos Estudantes)
promovia passeatas, a população
respirava ares de guerra experimentando
máscarascontragases.
Asociedadepassouamobilizar-seem
favor da entrada do Brasil no conflito
mundial ao lado dos Aliados, e ao
governo restoucederàspressões internas
e externas.
Finalmente, em Agosto de 1942,
GetúlioVargasdeclaravaguerraaoEixo.
No país cresceu o recrutamento de
soldados, a população foi chamada
através da propaganda governamental
colaborar com o esforço de guerra.
Apartir daquelemomento, oBrasil
lutava no
front
junto aos aliados pela
defesa da democracia. Estreitavam-se
cada vezmais os laços de cooperação e
amizadeentreoBrasileosEUA.Avisita
dopresidenteRoosevelt em1943àbase
de Natal e seu encontro com Vargas
davam o tom da política de boa
vizinhança.
A política norte-americana, desde a
Doutrina Monroe, estava calcada
no conceito de proteção, cabendo aos
norte-americanosopapeldeprotetordos
interesses do continente frente aos
europeus. Em nome de tal “proteção”
vários países sofreram intervenções
armadas.Noentanto, diantedaSegunda
Guerra, a estratégia política americana
modificou-sedevidoaoestreitamentode
relações comerciais existentes entre os
países americanos e aAlemanha.
“Esta explosão de
publicações sobre
imprensae
propaganda,
juntamentecom a
vindadas agências
norte-americanas foi,
semdúvida,
fundamental paraa
consolidaçãodo
mercadodeconsumo
noBrasil.”
RevistaSeleções –Agostode 1944
Demãos dadas
comTioSam
A atitude americana, de ação pela
força, foi modificada por idéias de
cooperação e reciprocidade.
Em seu artigo publicado na revista
Publicidade
de1940,ManoeldeVascon-
celos traçou um panorama entre a
Segunda Guerra e a “descoberta” da
AméricaLatina pelos americanos.
A guerra impossibilitou completa-
mente as excursões turísticas ao velho
Mundo. Ficaram assim as companhias
americanasdeste ramodenegócioscom
um verdadeiro colapso. E lembraram-se
entãodaAméricaLatina [...]Eo turista
fatigado da civilização ou ávido de
curiosidadeestá, por fim, descobrindoa
AméricadoSul
3
.
Essa política de reciprocidade,
converteu-seemuma intensificaçãodas
relações culturais entre Brasil e
EstadosUnidos.Aomesmo tempo,
artistas americanos invadiam o
Brasil, Walt Disney criava Zé
Carioca, assimcomoGuiomar
Novaes eCarmemMiranda
encantaramosamericanos.
[...] a arte latino-
americana
começou a invadir
aNorte-América,
chamando a
atenção do
mundo intelectual.
Diego de Rivera do
México, há muito que se
impoz a crítica de arte doEUA. E o
1...,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41 43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,...117
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