Janeiro_2006 - page 56

Avelar
Vasconcelos
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J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2006 – REV I STA DA ESPM
Há uma tendência nesse caso de se
criar umagrandeexcitaçãoem torno
dessas mudanças e com isso se per-
der o foco do que é fundamental.
Desde que trabalho emmarketing e
propaganda sempre ouvi falar, vivi e
incorporeialgumasdessasmudanças.
Mas nunca se deve esquecer que o
mais importante é a “mensagem”.O
“meio” vem em seguida. Por outro
lado, não existemensagem sem um
meio, um veículo que a canalize,
que a encaminhe ao público com o
qual se quer comunicar.
Nesse sentido, duas atitudes são
perigosas para o homem de marke-
ting e de agência: achar que nada
muda, que “já viu isso antes”, que
nada vai acontecer e, por aí afora.
Esses correm, seriamente, o risco de
perderobondequepassanasua fren-
te e ficar a ver navios, falando para
quase ninguém. A outra atitude é
acharqueagora tudoédiferente,que
temosdeser“modernos”,queamídia
dita clássica “já era” e que o negó-
cio, agora, sãoas “novasmídias”. Es-
ses corremo riscode jogar o seudi-
nheiro fora, de transformarem inves-
timento em despesas, sem retorno.
Nem tantoaomar, nem tantoà terra.
Os latinos diziam:
“Virtus inmedio”.
Na realidade, pessoalmente nunca
me preocupei com qualquer cor-
rente, modismo ou futurologia. Em
termosdecomunicação, quevivedo
dia-a-dia, que precisa vender todos
os dias, o futuro é aquilo que está
nos abraçando nessemomento, que
estáchegando,queé inexorável,que
está, de fato, se tornando presente.
Jánão sepoderiadizeromesmo, por
exemplo, quando se trata de fazer
previsão de vendas de leite em pó,
em qual caso o futuro deve ser
buscado 10 anos depois. Porque é
necessário, na maioria das vezes,
fomentar acriaçãodebacias leiteiras
inexistentes, fazê-las se desenvolver
e finalmente construir a fábrica que
vai suportar as vendas. Logo, cada
atividade tem uma dimensão dife-
rente do seu futuro. Esse atalho
simplesmente para lembrar que, em
comunicação, não se deve ficar
demasiado excitado com as diversas
idéias sobreo futuro. Ébemverdade
queem tornodapropagandaexistem
outros negócios; há os que vivem
de livros, consultorias, palestras... E
o futuro sempre fascina os homens.
Mas voltando à terra firme, o anun-
ciante é, sobretudo, um ser prag-
mático. Ele precisa vender, ganhar
Maso títulodestamatériasugeremaismudanças, emparticularna
mídia. Éverdadequenosúltimosanosessasmudanças têmse
aceleradoesempreexistirãonamídia.
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