Maio_2010 - page 100

R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
100
}
Na pequena empresa, o
empresário conhece o nome e
o sobrenome de todos os seus
colaboradores, na grande
empresa isso é impossível.
~
NAJJAR
– Estamos aqui para rea-
lizarmaisumamesa-redonda, cujo
tema é a pequena emédia empre-
sa. A ideia é avaliar o que faz esse
tipo de empreendimento crescer
no Brasil. Queria começar pergun-
tandomais especificamente para o
Francisco e para o Alberto sobre o
tamanhode suas empresas. Sãode
médiooude pequenoporte?
FRANCISCO
–Édifícilvocêchamar
umaempresaque tenhaum fatura-
mento superior aR$2,4milhõesde
pequena. Hoje, estamos inseridos
no contextode empresamédia, de-
pois de 42 anos. E estamos felizes
por isso, umavezque conseguimos
atravessar vários planos econômi-
cos. Atravessamosmuito bem esse
oceanode problemas.
ALBERTO
–Nomeu segmento, no
qual operam 60 mil corretores de
seguros, somos uma empresa de
“médio”porte.Prestesacomemorar
30anos, aempresa tempertode100
colaboradores.
NAJJAR
– Poderíamos saber a
visãoda FIESP edoSEBRAE sobre
o assunto?
DONIZETE
– Em primeiro lugar
eu gostaria de colocar a visão do
empreendedor.
FRANCISCO
– Seria interessante
ouvirmos, porque ele é diretor da
FIESP e deve até nos enquadrar e,
quem sabe, hoje, passemos a ser
pequenos. Peter Drucker já dizia
small is beautiful.
PAULO
– O SEBRAE faz uma
classificação de micro e pequena
empresa por faturamento. Anti-
gamente, a divisão era feita por
número de funcionários, mas essa
classificaçãoacabanãosendo ideal.
Acabou se considerando a cifra de
R$2,4milhões de faturamentopor
ano, o que dá em torno de R$ 200
mil reaismês paramicro e peque-
nas empresas.
DONIZETE
– Tenho de falar com
dois uniformes: como empreen-
dedor e outro com o uniforme da
FIESP. Constituí minha empresa
em 1991. Desde o início, a missão
foi desenvolver tecnologia para
automação de negócios, um ramo
carente no Brasil, particularmente
pelo fatodabaixacultura, tantoem-
preendedora quanto dos profissio-
naisque tocamosprocessos.Aten-
demos auma sériede empresas no
sentido de melhorias de negócios.
Hoje temos um quadro estável de
25 funcionários e estamos nos in-
ternacionalizando. Temos projetos
naChina,Alemanha,México,Peru,
Argentina. Mas ainda considero
minha empresa como um negócio
de pequenoporte.
GRACIOSO
– No segmento da
economiaaoqual vocêspertencem,
qual é o tamanho relativo?
DONIZETE
–Nosegmentodeenge-
nharia,minha empresa é pequena.
ObservandooobjetivodestaMesa,
coloco a seguinte situação: uma
coisa é ser empreendedor e outra
é ser empresário. O empreendedor
cria umnegócio emuitas vezesme
coloconessecaso:nãoentendonada
de administraçãodenegócios,mas
tocominhaempresahá20anos,por
isso digo que não sou empresário.
Meufilhopodeserempresário,por-
que está sendo educado para isso.
Vivemosdedesenvolveruma forma
de trabalho, uma cultura, uma tec-
nologia, um jargão particular, uma
maneira de se fazer reconhecido.
Agora, falando como FIESP, ela
trataoassuntomicroepequena in-
dústriacomgrandecuidado, apesar
de todos os desníveis históricos e
culturais que temos, porque existe
uma tendênciamundial, que é ada
terceirização, que no Brasil ainda
é considerada um problema. Nós,
em algummomento, ensinamos as
pessoas a não pensar. Então a so-
ciedade brasileira passou a cultuar
a visão operária do pensar, é como
na tese
orwelliana
, você dizer que
“nós cultuamos o duplo pensar”.
Isso gerou a carência da cultura
científicadasnossas empresas, que
tem feito com que elas decresçam
substancialmenteasuaparticipação
no PIB do Brasil. Para fabricar um
milhãodepeçaspordia, vocêpreci-
sade capital,mas paradesenvolver
a tecnologia que faz a peça, basta
pensar.Não temosmaisessafigura
no Brasil e isso faz com que a qua-
lidade do empreendedor brasileiro
seja subtraída...
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