Maio_2010 - page 110

R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
110
}
Quais são as forças que fazem pequenas
emédias empresas crescerem? Naminha
experiência o que faz crescer é fermento, é
assunto quando montei minha
empresa, no ano 2000. Então, fui
atrás deuma associação emSanto
André, aANAPEMEI (Associação
Nacional daMicro e Pequena In-
dústria), perguntar o que era ser
um empresário. Uma pessoa me
atendeumuito bem e, num deter-
minadomomento, disse: “Meupai
meensinouquemais valeummau
negóciodoqueumbomemprego”.
Aprendi tambémquequandovocê
monta um negócio novo, nos pri-
meiros anos, a empresa só cobra
de você, não lhe dá nada, só tira.
Hojemeu filho administra a área
deengenhariadaempresaeminha
filha administra a empresa. Eu
sou o conselheiro, muito embora
trabalhe com desenvolvimento.
Tenho avisado a todos os colabo-
radores da minha empresa que,
em pouco tempo, ela se tornará
uma empresa profissionalizada
porque não deve viver da vaida-
de de ninguém. Certa vez ouvi
Ricardo Semler (controlador da
Semco), dizer que “a genética não
contribui para a evolução empre-
sarial”. O profissionalismo é uma
coisa extremamente importante
para preservar os ganhos que o
empreendedorismo trazparauma
empresa. Tenho feitouma campa-
nha enorme entre as instituições
de educação para que possamos
criar jovens melhores para um
futuromaisdignoparaessanação.
Temosumproblemasériodemate-
rial humano e precisamos refletir
sobreoqueéqueestamos fazendo
com o futuro dos nossos jovens.
Fizum trabalho, há algum tempo,
dando conta de que, em menos
de dez anos, as nossas empresas
começariamaquebrar por faltade
mão de obra especializada.
JAIRO
– Eu acrescentaria a ques-
tãodadisciplina. Tenhoumaexpe-
riência pessoal: aminha esposa é
minha sócia. Eno inícioacabamos
descobrindo que discutíamos os
problemas dos filhos e da casa no
escritório e os problemas empre-
sariais em casa, até que um dia
propus para ela que tínhamos de
ter disciplina, caso contrário não
iríamos conseguir evoluir.Apartir
daí foi umpactode que os proble-
mas empresariais estariam sendo
discutidos dentro da empresa.
FRANCISCO
–Se todoempresário,
pelamanhã, lesseumditadopopu-
lar, ele cometeriamenos erros por-
que, se éumditadopopular, éuma
verdadequedeveser levadaemcon-
ta.Gostariade contar umpoucoda
experiênciaque tive ao criarminha
empresa. Foi muito engraçado, ela
foi composta por livros – não tinha
dinheiro, móveis ou capital algum,
apenas três pessoas que vieram do
antigo Palácio do Livro, na Praça
da República: Sr. Orlando, dona
Renata, queeraachefedodepósito,
eduasKombis velhas.
GRACIOSO
–Erado ladodaAveni-
da Ipiranga.
FRANCISCO
– E começou assim:
com livrosemesasqueoPaláciodo
Livrocedeu.Em42anosdevida,ela
nunca foi ao banco pedir dinheiro.
Isso é uma vitória; eu era o fiel da
balançanasociedade,detinha20%e
meus sócios40% cadaum, nãodei-
xava ninguém brigar comigo, nem
elesbrigarementre si.Nossa socie-
dadesempresebaseouemalgumas
palavras-chaves, mas a principal
erao companheirismodaspessoas,
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