R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
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boradores, na grande empresa isso
é impossível.
FRANCISCO
–Outra coisa funda-
mental nosnegócios éo foco.Disse
issoaomeufilhona semanapassa-
da:“Enquantovocêestiversem foco
está perdido, mas se você tiver um
objetivo, um foco, você vai atrás”.
PAULO
– O empreendedor pode
chorar para si, fazer a famosaAná-
liseS.W.O.T. (ouanáliseF.O.F.A.em
português). Pode olhar todos esses
comportamentos, essas técnicas e
tendências e falar “vou usar isso
como oportunidade”. Uma pessoa
que temvisãoeéboadegestão, usa
a força como oportunidade. E onde
senteque temdificuldade,quepode
se transformar emumaameaça, ele
terceiriza, busca um parceiro, um
sócioou ainda capacitapessoas.
NAJJAR
– Gostaria de ouvir de
vocês nesse sentido – foco, amor,
sonho –, a experiência individual
de cadaum: quais são as forças que
fazempequenasemédiasempresas
crescerem?Naminhaexperiênciao
que faz crescer é fermento, é amor.
DONIZETE
– Um empurrãozinho
também ajuda. Muitas vezes um
empurrão te leva para onde você já
deveria ter ido há tempos. Tenho a
preocupaçãodeobservarascoisasdo
pontodevistaestratégico. Em1972,
jurei queumdia iria contribuir para
aevoluçãodahumanidadeatravésda
tecnologia. Só abri minha empresa
em 1991. Tinha 35 anos de idade e
haviapessoasquediziamqueeuera
fracassado,quebrincavacomavida.
E era verdade porque eu trabalhava
numa empresa de grande porte, saí
de lá com o sonho de montar uma
empresa. Osmeus primeiros clien-
tes foram IBM, Phillips, ValedoRio
Doce,Antarctica,Volkswagen,Ford.
Assimaempresa começoua crescer
enóséramosquatro.Depois, come-
cei a lecionar na pós-graduação do
cursodeAdministraçãodeProdução
e Análise de Sistemas, da ESAM.
Atuei também na FIESP, no SESC
e acabei conhecendo a realidade
do Brasil. Particularmente, gostaria
de dar alguns números em relação
à dedicação, ao sonho, à vontade...
Em 1997 tínhamos, no Brasil, 3,56
milhões de micro e pequenos em-
preendimentos. Dez anos depois,
tínhamos em torno de 5 milhões;
o que significa que de 1998 a 2007
construímos 200 mil micro e pe-
quenos empreendimentos novos
noBrasilporano.Hoje, temoscerca
de8mil empresas degrandeporte,
20 mil empresas de médio porte e
5 milhões no resto. As empresas
de grande porte têm uma massa
salarial emmédiacincovezesmaior
do que as de pequeno emicro por-
te, e detêm de 46% a 48% do total
contingente de trabalhadores no
Brasil. Em 2007, a participação no
PIB dessas empresas de micro e
pequenoporte foi comemoradapelo
Ministério do Desenvolvimento
porqueatingiu19%doPIBbrasilei-
ro.Masem1998elas representavam
29%doPIB.
GRACIOSO
–Dos empregos?
DONIZETE
– Não, do PIB. Assisti
a uma palestra doMikeDonofree,
que foi vice-presidente da IBM,
sobre as glórias da IBM nos anos
80 edaderrocadadelanofinal dos
}
Ninguém é pequeno por
escolha. Todos procuram crescer
e a maioria não consegue. É como
ganhar na loteria.
~