Maio_2010 - page 106

R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
106
}
Correndo riscos em busca de
qualidade e eficiência, o empresário
acaba criando a inovação.
~
FRANCISCO
– Inovação,marketing
euma sériedecoisas.Nomeucaso,
por exemplo, tínhamos um seg-
mento que era o de importação de
livros.Até1990abrimosomercado
nacional, tínhamos distribuidores
em todas as capitais do País e im-
portávamos30contêinersde40pés
por ano. Lançamos editoras como
Oxford, Pearson, Pinguim e Cam-
bridge University Press, no Brasil.
Em 1986, com o advento do Real,
um dólar passou a valer R$ 0,85 e
todosvieramparaoBrasil.Seeu fos-
se um empresário acomodado teria
fechado as portas,mas começamos
a procurar novos nichos demerca-
do.Quandovocê temumaempresa
e ela é bem-sucedida, tende a ser
copiada pela concorrência. Sempre
digo nas reuniões que o concor-
rente pode colocar umamesa igual
a essa, a mesma cadeira, omesmo
computador que usamos, omesmo
telemarketing, mas tem uma coisa
que ele nunca vai copiar: o nosso
conhecimento. Essa é afilosofia.
NAJJAR
–Éomotor.
FRANCISCO
– Você faz com que
as pessoas tenham conhecimento
por meio do treinamento. Não se
importe com o fato de que alguém
virá tirar um funcionário seu, mas
invista no elementohumano. Hoje,
praticamente, mais da metade dos
nossos funcionáriosestáhámaisde
20 anos na empresa.
FÁBIO
– Pelos comentários expos-
tos, fica evidentequeuma empresa
é uma entidade resultante de uma
equaçãocomplexa,mascujos fatores
sãosimples: sonho, vontadedoem-
presário, capacidade técnica e foco.
Gostaria de dizer que a pequena
empresavivenum limiar tão inicial
da cadeia, do desenvolvimento das
empresas, que qualquer um dos
fatoresque receberumaporte temo
poderde impulsioná-la.OSEBRAE
é reconhecido por todo mundo
porque ele, efetivamente, ajuda
as pequenas empresas de várias
formas. Minha área é embalagem
eme preocupava o fato de ver que
as grandes empresas tinham boas
embalagens, contratavamempresas
de design, tinham qualidade nisso
e as pequenas não. Isso tornava
a competição no ponto de vendas
desfavorável para as pequenas em-
presas. Fizemosentãoumconvênio
com a ABRE para fornecer design
para as empresas pequenas, no
qual o SEBRAE bancava – e banca
porque o convênio está funcio-
nando – 70% do valor do projeto
para permitir que as pequenas
empresas contratassem escritórios
profissionais de design e tivessem
boas embalagens. Já fizemos mais
de 200 projetos; cada projeto desse
muda a vida de uma empresa. Há
empresasque fabricavamchocolate
caseiro, emPomerode–SC,fizeram
uma embalagem nova e viraram
redes de franquias, criaram lojas e
forampara frente.Aembalagemdá
aoempresárioumamaiorconfiança
no seuproduto.
FRANCISCO
– Mas aí ele não
precisou, a embalagem foi uma
consequência. Se você lembrar do
SEBRAE quando ele começou, há
20 anos, ele erapequenino.
FÁBIO
– Esses 200 projetos incor-
rerame resultaramemcrescimento
de 100%, 200% e 500%nas vendas
das empresas. A embalagem é um
dos fatores, mas existem outros.
Qualquer um desses fatores que
receber um impulso resulta num
melhor desempenho da pequena
empresa.Masoponto fundamental
que faltou expor aqui é o comple-
mento disso: a coragem. Esse é o
componente fundamental para o
empresário. Estou falando da co-
ragem do não desistir, de ter essa
visãodeajudaromundo, depensar
alémdasuaempresaedepediraju-
da, buscar escola, educação, apoio.
Essacoragempodemudaravidade
uma pequena empresa.
GRACIOSO
–OAlberto estava di-
zendo que a história da Escola que
eucontei ébonita–eémesmo.Mas
gostariadedizerporqueelaaconte-
ceu. Claro que tudo começa com o
sonho, com a disposição de levá-lo
à frente, de trabalhar 14 horas por
dia.Quandoalguém temumsonho
para realizar, o trabalho deixa de
ser um fardo, um peso, é algo que
nos remoça, acordamospelamanhã
aflitos porque vamos perder meia
hora para chegar ao escritório. O
outro lado do milagre é gente. A
empresa pequena, mais do que a
grande, depende da qualidade das
pessoas, aliás, é a única vantagem
que ela tem. A grande temmassa
de manobra, recursos financeiros,
pode cometer erros emesmoassim
não fechar as portas. Há várias
maneiras de administrar os nossos
recursos humanos. Escolhi uma
linhahumanistadegestão.Agente
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