maio
/
junho
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
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Se vocês me perguntarem se fui
feliz naminha sucessão, eu diria que,
como empresário fui, como pai não.
~
em 1975, meu sonho era criar uma
empresa.Eu tinha18anosecomecei
a pensar em como materializá-lo.
Aoescolher algopara fazer, você se
dedicae fazbemaquelaatividadeou
aquelenegócio.Opasso seguinte é
encontrar as pessoas que consiga
convencer e remunerar de forma
apropriada. O que o senhor conse-
guiu aqui na Escola foi convencer
as pessoas que estavam ao seu
lado de que seu sonho era viável
e poderia ser compartilhado. De
1975a1980 trabalheidentrodeuma
organização sonhando em ser um
empreendedor.Em1980 fundeimeu
negócio e demorei algum tempo
paraconseguirmontaraequipeque
tenho hoje. Muitos desses profis-
sionais estão comigohá 26 anos.O
empreendedor, acimade tudo,deve
fazer o papel de ummaestro, que
sabe tocar uma partitura, entende
daquilo,massensibilizaosmúsicos
aacompanhá-lo.Agora,numexem-
plo mais simples, conseguirmos
entender o que o Dunga tem na
cabeça, para formar uma seleção,
quer dizer, é sempre aquela ideia
deestarcomaspessoasquepossam
atingir umdeterminadoobjetivo.
FRANCISCO
–Falamos em sonho,
masesquecemosapalavraprincipal:
trabalho–que faz as coisas funcio-
narem. Gosto de assistir às entre-
vistas feitas pelo Dória Junior. Há
duas entrevistas quememarcaram
bastante. Uma foi com o dono do
PãodeAçúcar.QuandooDóriaper-
guntounoque ele acreditava como
empresário brilhante que era, a
resposta foi: “Primeirono trabalho,
segundono trabalho e, terceiro, no
trabalho”. Uma outra foi com uma
pessoa que trabalhou durante 30
anosnaáreade
leasing
doBradesco.
Quandosaiu,montouuma locadora
de veículos. ODória perguntou se
ele acreditava na “sorte nos negó-
cios”eele respondeu: “Tenhomuita
sortenos negócios, tudoque tenho
devo à sorte, inclusive posso dizer
queacadadiaqueeu levantavamais
cedo,mais sorte eu tinha”.
PAULO
–Na verdade é uma equa-
ção commuitas variáveis.
FRANCISCO
–Cadaum tem a sua
história, mas sem trabalho, não
se chega a algum lugar. O amor é
importante num negócio, o sonho
é importante.Masquantaspessoas
sonharamenãoconseguiram reali-
zar, atépor faltade sorte?Às vezes,
você vê na mesma rua dois res-
taurantes, um cheio e outro vazio;
estãonamesma rua, passapor eles
omesmo número de pessoas. Isso
sópode ser trabalho.Odonodesse
restaurante que está cheio deve ter
um trabalho constante de qualida-
de, renovação, atendimento...
GRACIOSO
–Moro no Brooklin e lá
perto, na Rua Visconde de Ourem,
haviaumgrandeaçouguequeocupa-
va20metrosde frente.Derepente,do
outro ladoda rua, abriuum açougue
pequeno comduasportinhas. Pensei
queopequenonãoaguentariaeseria
logo engolidopelomaior. Seismeses
depois, para minha surpresa, o pe-
queno comprou o grande. Acho que
adiferençaeraa cabeçadosdonos: o
pequenosonhavaemsergrande,tinha
maisconfiançaemsipróprio.Conver-
seicomele,quecontouterfeitodívidas
paracomprarogrande,aproveitandoo
momentodedesânimodooutro. Isso
éumacaracterísticadoempreendedor.
PAULO
– O empreendedor corre
riscos, desdequeesses riscos sejam
calculados para que ele consiga fa-
zeraquilo.Essaéumacaracterística
essencialnaequaçãodo trabalho,do
sonho e das oportunidades.
NAJJAR
–Nessa primeira rodada
deaquecimentopercebemos abase
doalicerceparaaconstruçãodeum
negócio. Ontem, eu e o Professor
entrevistamos o Silvano Gianni,
quedeuumadefiniçãodepequena,
média e grande empresa que eu
nunca tinha pensado. Disse que a
grandeempresa temmuitocapital e
geraarrecadação, temcompromisso
em remunerar o acionista e pouco
comprometimento emmanter em-
pregos, porque se o acionista pre-
cisar demais dinheiro, ela corta os
empregos. Jáaspequenasemédias,
navisãodele, têmumcompromisso
com as pessoas, até porque é com
aspessoasqueela cresce. Eleainda
citou que “a grande empresa não
é complacente comos empregos”.
GRACIOSO
– Em outras palavras,
a pequena empresa depende ainda
mais, doqueagrande, doelemento
humano.
DONIZETE
–Napequenaempresa,
o empresário conhece o nome e o
sobrenome de todos os seus cola-
