Maio_2010 - page 111

maio
/
junho
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
111
não consegue. É como ganhar na
loteria, portanto é difícil determi-
nar um fator e dizer “isto é que vai
funcionar”. Não é assim, a química
aí é misteriosa. Mas se der certo,
surgirãooutrosproblemas.Nós en-
frentamos, como consultores, esses
problemasnaMarilan–omomento
decisivoemquese faza transiçãoda
empresamédia para grande. E, em
geral, énestemomentoqueafigura
doempreendedoratrapalhamaisdo
queajuda.Oempreendedor tendea
se repetir,nessemomento jáestána
casa dos 60 e não é tão audacioso e
ambicioso comonopassado. Tende
aacreditarqueoquedeucertohá20
anos vai dar agora enão sabe como
administrar uma empresa cada vez
mais complexa onde há de tudo,
inclusivedesviosde conduta,má fé.
Tudo isto deve ser levado em conta
e,muitas vezes, provocaatémesmo
aperdaouavendadaempresa.Esse
momentodecisivo, a transiçãoentre
a média e a grande é um capítulo
à parte para estudos. Não iríamos
estudar isso hoje, é claro, mas um
dia vamos estudar, vamos tentar
descobrirporquedácertoemalguns
casoseemoutrosnão.Quantoàvida
dapequenaempresaachoque fomos
de uma felicidade muito grande
hoje, uma riquezadehistórias reais,
concretas, humanas que acredito
vão fazer um enorme bem para nós
professores ealunos.
a amizade, a forma de trabalho, a
compreensão. Hoje, meu sócio é o
filho de um dos antigos e dedico a
ele amesma atençãoque opai dele
dedicou amim – ele tem 54 anos e
eu62.Sempreque façoalgumacoisa
boa para ele penso que ele lá em
cima está dizendo “eu ajudei esse
garoto, agora está ajudando omeu
filho”.Essascoisasmuitasvezessão
esquecidas. Aprendi muito aqui na
ESPM quando vim fazer um curso
de Sucessão Familiar. E para fazer
essa sucessãome preparei durante
cinco anos. A primeira coisa que
fiz foi profissionalizar a empresa.
Aprendi, quandofizocurso, quehá
duaspalavrasquenãoandam juntas
de forma alguma: razão e emoção;
ou você age com a razão ou com a
emoção. E este é um divisor muito
difícildeconseguirseparar, aprendi
isso com aminha sucessão. Se vo-
cêsme perguntarem se fui feliz na
minha sucessão, eudiriaque, como
empresário fui, como pai não.Meu
filhovoltouagora,háduassemanas,
para a empresa por livre e espon-
tânea vontade. Agora ele aprendeu
certas coisas que o pai dizia, com a
razão.Comaemoção tinhavontade
de falar outras coisas para ele e é
muitodifícil.
PAULO
–Qual a idadedoseufilho?
FRANCISCO
–Meufilhotem28anos.
ALBERTO
– O amadurecimento
cheganahora certa.
FRANCISCO
– E a coisa mais
interessante do curso foi quando
o psicólogo me pediu que não
cometesse um erro: “Nem fique
na sua empresa, nem fique em
sua casa, monte um escritório à
parte”. Fiz isso e foi amelhor coisa
que aconteceu para que a empresa
continuasseprofissionalizada.Hoje
tenho minha sala, meu escritório,
meu canto. Administro a empresa
de uma forma macro – micro não
me interessamais.
FÁBIO
– Também fui empresário.
Tive uma agência de design de
sucesso e convivi com empre-
sas familiares a vida toda, como
clientes. Uma coisa que observei é
que o importante nessa relação de
empresa com família é a maneira
como a família vive. Se os donos
da empresa querem ter jatinhos,
iates e carros maravilhosos, isso
terá um impacto no negócio. Se as
pessoas têmumavidamaissimples,
condizente com o padrão da sua
própria empresa, elas encontram
umaharmoniamaior e jávimuitos
casosdeempresasque foramperdi-
das por causa do estilode vida dos
seus proprietários.
GRACIOSO
– Se me permite citar
um ditado da minha avó italiana:
“Terra, quanto ci aviste” quer di-
zer, “terra, compre o que der para
avistar”; “casa quanto ci viste”
quer dizer, o que dê para enxergar.
Invista tudo que puder e viva o
menos pretensiosamente possível.
Nãosei se istoainda teriasentidono
mundodehoje,masparamim teve.
Ninguém é pequeno por escolha.
Todosprocuram crescer eamaioria
ES
PM
}
A grande empresa temmuito capital,
gera arrecadação, tem compromisso em
remunerar o acionista e pouco
comprometimento emmanter empregos.
~
1...,101,102,103,104,105,106,107,108,109,110 112,113,114,115,116,117,118,119,120,121,...140
Powered by FlippingBook