Setembro_2006 - page 48

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R E V I S T A D A E S P M –
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2006
Pelo que ouvi aqui acho que já po-
demos ir embora... Verdade é que
valeuapena tervindo.Concordocom
muitacoisaque foiditoe,comrelação
àPress,ondeparticipei,aconteceuma
coisa curiosa – teoricamente fomos
male teoricamente tambémestivemos
entre os três ou quatro melhores do
mundo, apenas atrás de Inglaterra,
Estados Unidos e pau-a-pau com a
Espanha.
No resultado de Press o Brasil teve
umOuro e quatro Bronzes. Chega-
mospertoda Inglaterra, quenão teve
nenhumOuro, mas teve três Pratas
e quatro Bronzes. Ganhamos dos
Estados Unidos, que teve umOuro
e três Bronzes, mesmo desempenho
daEspanha.
O resultadodo Festival é importante,
masnãoéacoisamais importante.Por
esse
ranking
nós estaríamos melhor
que EstadosUnidos, Espanha e perto
da Inglaterra.Émentira,estamosmuito
longe.Oqueficouclaroesseanoem
Cannes é que existe hoje um leque
muitomaiordepaísesconcorrendoe
ganhandoprêmios. Ecomqualidade.
Três ou quatro pessoas citaram aAr-
gentina. AArgentina está dando um
banho no Brasil, principalmente em
TV e Rádio, e acho que o trabalho
da Argentina que ganhou Prata em
Press émelhor do que qualquer tra-
balho do Brasil. O que acontece é
que existem outros parceiros nesse
mercado internacional que estão
crescendo rapidamente. A França,
por exemplo, teve dois Ouros, duas
Pratas e cinco Bronzes – foi talvez o
país mais premiado, excetuando o
Grand Prix, que conta muito ponto.
A África do Sul foi melhor que nós,
melhor que todos esses países. Quer
dizer: primeiro a França, segundo a
ÁfricadoSul comoGrandPrix, uma
Prata e cinco Bronzes. AAlemanha,
quesempre foi, tradicionalmente,um
país duro de expressão, de alegria e
bom humor, ganhou umOuro, um
PrataequatroBronzes.Foimelhorque
oBrasil.CingapuraganhouumOuro,
umaPrataedoisBronzes.
Vivemos num mundo muito mais
competitivo, e estamos perdendo
competitividade não só porque
países estão surgindo, mas porque
nosso trabalho tem piorado, e por
várias razões.
OMario falouderedatoresedenãose
contentar com a primeira idéia. Pega
aquela idéia e pensa em outra idéia.
Ele diz que sente falta de redatores,
e eu achoque vamos sentir cada vez
mais falta, porque a geraçãoque está
vindo cada vez lêmenos, e quem lê
poucoescrevemenosainda.Cadavez
se trabalha numa velocidade maior.
ConcordocomoJader,asempresases-
tãoprósperas,apropagandamelhorou
economicamente, mas o trabalho
piorou.Averdadeirapropaganda–eé
issoqueassusta–éaquelaquevocêvê
na televisão, quevocêvêna segunda-
feira,nasrevistassemanais,quevocêvê
tododiano jornal eescutanas rádios.
OBrasil teve seis Leões em rádio, eo
que tenho escutado no rádio émuito
ruim.Euadororádioeéimpressionante
como se trabalhamal. E é uma pena,
porqueoBrasil temuma tradiçãonão
sódemusicalidade,masem termosde
programas, dehumor de rádio, temos
coisas maravilhosas. E a propaganda
ficouchata,malhumoradaeinsistente.
Estamos aqui reunidos para colocar o
quecadaum sente,oquecadaumvê
e, com certeza, não vamos sair daqui
comalgumasolução.Hámuitaestrada
a percorrer, muita coisa para debater,
para conversar, para discutir. E acho
que é um problema não apenas do
cliente.Aliás, oclientenãopercebeo
problema,esteéumaresponsabilidade
nossa, das agências. Não sei até que
pontonós,comprofissionais,consegui-
mos sensibilizaroclienteparamostrar
um trabalhobem feitocomumaquali-
dademelhorque,evidentemente, leva
mais tempo, custamaisdinheiro,mas
quetambémsetraduznumaeficiência
maior tantodevendasquantode ima-
gemdemarketing.
Lego
GrandPrix Cannes Lions 2006 www.canneslions.com
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