Globalização
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Revista da ESPM
| setembro/outubrode 2013
América Latina, em2013, o país alcançou o triste recorde
históricodeUS$41bilhõesdesaldonegativonaexportação
desses serviços — isso significa que importamosmais ser-
viços do que exportamos. Estes números fizeramacender
uma luzamarelanogoverno federal, que jáabriuosolhose
percebeuquealgoprecisaser feito—e rápido.Oproblemaé
queoprópriogovernopoucosabesobreoassunto,nãotendo
aindaumavisãoclarasobrequaise,muitomenos,quantas
empresasexportamserviços,mesmosabendoqueoBanco
Central monitora esse mercado desde o fim da Segunda
Guerra Mundial. A relevância do setor de serviços exige
umenvolvimento das áreas governamentais em todos os
níveis,afimdeseestabelecerumapolíticadeinternaciona-
lização, capazdeaumentar a receitacambial eobter, como
importante subprodutodesse trabalho, a criaçãodenovos
empregos emtodoopaís.
Claro que, em termos de controle governamental, mui-
tos avanços foram feitos. Há cinco anos, o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
criouoSistemaIntegradodeComércioExteriordeServiços,
Intangíveis e Outras Operações que ProduzamVariações
no Patrimônio (Siscoserv) — umprograma informatizado,
que visa ao aprimoramento das ações de estímulo, formu-
lação, acompanhamento e aferição das políticas públicas
relacionadas aos serviços. Esse sistema permite também
que o próprio governo crie e desenvolva, commaior efici-
ência, suas estratégias relacionadas ao tema. Entretanto,
emboraaideiasejaboaeosistematenhagrandecapacidade,
ainda é bastante subaproveitado. Até omomento, apenas
trêsmilempresas,deumuniversoestimadodequase40mil
exportadorasdeserviços, foramcadastradasnoSiscoserv.
De fato, os serviços empresariais, profissionais e técni-
cos são os que podem crescer mais rapidamente. Dados
oficiais revelamque, isoladamente, essasáreas trouxeram
umsaldopositivodemaisdeUS$11bilhõesparaopaísem
2013.Entretanto,diversossetores,comoinformática,cons-
truçãocivil, turismoeatémesmoosegmentopublicitário,
mais especificamente o de produção de filmes e comer-
ciais, têmperspectivasmuito concretas. Então, por que as
empresas brasileiras são tãomodestas quando se trata de
exportaremseus serviços?
Uma das principais barreiras pode ser o idioma. Uma
pesquisa realizada pelo British Council afirma que ape-
nas 5% da população brasileira fala inglês. Entretanto,
esse pequeno percentual pode ser aindamenor, se consi-
derarmos apenas os brasileiros quepossuemproficiência
no idioma. Grande parte das pessoas que afirmam falar
inglês temapenas um conhecimento regular do idioma,
o qual impossibilitaria o bomdesenvolvimento de negó-
ciosna línguaestrangeira. Eesseproblemaseagravaainda
mais quando nos referimos à exportação de serviços,
visto que a relação interpessoal émuitomais intensa na
negociação de um serviço do que simplesmente quando
se exporta umproduto.
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