Revista ESPM - set-out - MARKETING DE SERVIÇOS - “Decifra-me ou te devoro” - page 151

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setembro/outubrode2013|
RevistadaESPM
Esse baixo grau de conhecimento do inglês é, de certa
forma,surpreendente,jáqueoensinodessesegundoidioma
passouaserobrigatórioemtodasasescolasbrasileirasapar-
tirda5
a
série,hámaisde15anos,porcontadapublicaçãoda
Lei deDiretrizes eBasesdaEducaçãoNacional.
Países como Alemanha, Suécia e Dinamarca, que têm
taxas de conhecimento do idioma inglês acima de 60%
na população, utilizampolíticas similares de inclusão do
idioma inglês em suas escolas básicas. Isso significa que
nem sempre as ações governamentais brasileiras, basea-
das emboas ideias, funcionam.
Outra complicada barreira para a exportação de servi-
ços é o alto custo da participação emcongressos e feiras
internacionais. A presença nesses eventos poderia ser
uma das chaves de entrada de empresas brasileiras, de
qualquer porte, no mercado estrangeiro, já que grande
parte dos segmentos empresariais realiza eventos espe-
cializados, que poderiamservir de canais de divulgação
compouquíssima dispersão. As feiras empresariais são
nãosóumaexcelenteoportunidadeparamanter contatos
com clientes em potencial, como também para conhe-
cer a realidade do mercado. É certo que o investimento
das empresas em eventos internacionais gera retorno,
porémesse retorno é relativamente lento. Dados domer-
cado indicamque uma empresa demora, emmédia, um
ano apenas planejando sua participação em uma feira
ou evento internacional como visitante e até três anos
para participar como expositora.
Muitas vezes, esses custos inviabilizamqualquer ten-
tativa. Para se ter uma ideia, a participação de um visi-
tante em um evento como a Book Fair of Frankfurt ou
a Semana de Design emMilão não sai por menos de
8
mil, entre inscrições, passagens, hospedagens e alimen-
tação por uma semana. E esses custos são aindamaiores
se a empresa decidirmontar seu próprio estande, alcan-
çando, facilmente, cifras superiores a
20 mil para os
grandes eventos na Europa ou nos Estados Unidos. Por
conta disso, antes de decidir expor emuma feira fora do
país, é recomendável que o empresário frequente alguns
eventos similares como visitante. O investimento é bem
menor e os resultados financeiros advindos dos negó-
cios realizados nas primeiras exposições internacio-
nais diminuirão o receio do empresário emmontar seu
próprio estande emummomento futuro.
Quando falamos em serviços passíveis de serem
exportados, não há que se restringir esse segmento
apenas às grandes organizações, como as empresas de
construção civil, ou às estruturadas bancas de advoca-
cia. Pequenas emédias empresas de produção de vídeos
comerciais e institucionais, consultorias demarketing
e propaganda, empresas de receptivo de turismo, equi-
pes de desenvolvimento de softwares empresariais para
computadores, times de criação de games para celula-
res, entre outros, podem contribuir para que a balança
nacional se reequilibre e passe, em curto prazo, a ser
positiva novamente. Essas empresas podemfazer a dife-
rença na balança comercial brasileira, pois, como são
de menor porte, têm a seu favor a agilidade e a flexibili-
dade de adaptação a novos cenários, sema necessidade
de longos planejamentos ou investimentos relevantes.
João Ricardo Matta
Professor da ESPM-RJ
Made in Brazil
A participação em um evento internacional não depende
apenas de dinheiro. Os empresários brasileiros enfrentam
muitas outras barreiras, a começar pelo idioma. A seguir,
selecionamos algumas dicas, que podem ser bem úteis
para os marinheiros de primeira viagem, que desejam
embarcar com seus serviços rumo ao exterior.
1. Procure verificar dados relativos a edições anteriores
do evento, como o perfil dos visitantes, empresas expo-
sitoras, número de visitantes, competidores nacionais ou
estrangeiros etc.
2. Avalie se o seu serviço é adequado ao mercado inter-
nacional. Analise pontos como precificação, qualidade,
especificação técnica, expertise, hábitos e preferências do
cliente internacional e, principalmente, a barreira do idioma
e o estágio de maturidade do mercado internacional.
3. Dimensione a capacidade da empresa em entregar os
serviços eventualmente contratados.
4. Estude as regras e leis de envio dos serviços e recebi-
mento dos valores em pagamento. É muito frequente as
empresas exigirem conta bancária no país onde o serviço
será prestado.
5. Prepare materiais de divulgação adequados, como car-
tões de visita, folheteria e site em idioma local ou em inglês,
alémde buscar umdomínio.com, caso seja possível.
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