setembro/outubrode2013|
RevistadaESPM
97
Nós temos um fundo de publicidade
que eles gerenciam.
Arnaldo
— Quais são os desafios
estratégicos do Sheraton São Paulo
hoje?
Alexis
— Como o hotel mais forte do
Sheraton é no Rio de Janeiro, temos
outras prioridades. O nosso maior
desafio aqui começa no fim de sema-
na. Acabamos de contratar uma ge-
rente de fim de semana, que vai ficar
focada
full-time
em pacotes de lazer
e de entretenimento para este perí-
odo. Esta é uma região de
business
,
mas, se você pensar no epicentro,
os principais shoppings de alto ní-
vel — JK e Cidade Jardim — estão por
perto. O próprio Iguatemi não está
muito distante. A Vila Olímpia fica
aqui ao lado. O Morumbi, para quem
gosta de futebol, é perto também.
Nós temos pacotes de camarote para
ver os jogos. Temos o Jóquei Clube,
o Ibirapuera e o Parque do Povo. O
Clube A, de baladas, fica aqui dentro
do complexo. Então, há uma oferta
bacana de serviços para lazer. E ain-
da tentamos agregar mais serviços.
Somos um hotel
“dog friendly
”. Não
só aceitamos cachorro, mas procura-
mos gerar valor agregado ao oferecer
a ele um lugar no quarto, com toda
uma higiene especial. Então, ficamos
o tempo todo antenados para propor-
cionar uma boa experiência. Mas a
nossa grande luta hoje é: São Paulo
como um todo temde entrar no radar
do lazer.
Arnaldo
— São Paulo se vende mal?
Alexis
— É difícil criticar, a cidade
tem feito campanhas bacanas, como
“São Paulo é tudo de bom”, “São Pau-
lo é tudo isso”. Mas é complicado
alocar recursos para essas coisas.
Costumo comparar São Paulo com
Nova York, que nos anos de 1980 fez
aquela grande campanha “I love NY”.
Hoje, os hotéis em fins de semana lá
são mais caros que durante os dias
úteis. Aqui, a minha diária chega a
cair quase pela metade aos sábados
e domingos. Mas é possível reverter.
São Paulo tem uma vida cultural mui-
to rica, museus, teatros, os musicais
agora estão muito bons. Há o circuito
de shows também. E você tem um
ambiente amigável. Para mudar isso,
estamos formando um comitê de fim
de semana. Temos o pessoal do Embu
das Artes, que planeja colocar um
shuttle
aqui na cidade, os shoppings e
o jóquei estão apoiando; todo mundo
que quer movimentar mais público
está fazendo umesforço conjunto.
Arnaldo
— Este esforço é suficiente
para movimentar o fim de semana?
Alexis
— Temos ainda de criar o
radar Berrini. Todo mundo fala dos
Jardins, pelos restaurantes, um pas-
seio bacana, que é a Oscar Freire.
Mas, se você botar tudo na balança,
a Berrini tem uma enorme oferta de
lazer. Temos o Credicard Hall aqui
pertinho. Precisamos nos integrar
mais. Criar uma degustação de cer-
vejas no Museu do Futebol, ver um
jogo no camarote do Morumbi, fazer
uma degustação de vinhos com um
sommelier
em um bom restaurante.
Há muito para se fazer.
Arnaldo
— Como está sendo feita
a comunicação aos clientes desses
atrativos?
Alexis
— O público final é multiface-
tado, o que torna a divulgação muito
mais difícil. Estamos trabalhando
mailings segmentados com empre-
sas de cartão de crédito. Temos um
parceiro que está desenvolvendo
uma ferramenta que pergunta ao
cliente: qual é a São Paulo que você
deseja visitar? Combase na resposta,
podemos criar um perfil de ofertas,
com parceiros, unindo todo mundo.
Pode ser compras, lazer ou outro tipo
de atividade. Recentemente, promo-
vemos um encontro de colunistas
sociais, do interior de São Paulo e
de outros estados. Queremos que
eles vivenciem as atrações de fim de
semana e nos ajudem a abrir portas.
Vamos usar muito
brainstorming
para gerar pacotes interessantes.
Gastronomia, por exemplo, a gente
pega o nosso
chef
, leva um grupo ao
mercadão e faz uma compra hipoté-
tica dos produtos. Enquanto isso, o
prato já vai sendo preparado para a
degustação, pois assim ganhamos
tempo. É uma experiência incrível.
Dentro de um ou dois meses, no má-
ximo, este trabalho vai começar a ser
mais notado.
As pessoas da equipe precisam saber
que entregar tudo direitinho nada mais
é do que obrigação. O difícil é encantar,
pelo serviço diferenciado, pela atitude