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Revista da ESPM – Março/Abril de 2002
a administração. O Edmundo San-
tos Silva não está preocupado com a
marca do Flamengo. Nem ele e nem
os antecessores dele. Porque são
pessoas rigorosamente inescru-
pulosas. Não têm planejamento, não
têm critérios. E você evidentemente
ainda sofre com outros flagelos da
nossa realidade brasileira, quando
se fala em marca. Uma das razões
do desencanto da Hicks Muse na
parceria com o Corinthians e com o
Cruzeiro é que fizeram um grande
investimento em licenciamento de
produtos do Corinthians e foram
avassaladoramente derrotados pela
pirataria.
JR – Não há controle.
AN – Não há como controlar. Não é
um problema só do futebol. Nem a
indústria pornográfica conseguiu re-
solver o problema da pirataria do seu
material... Mas é um problema bra-
sileiro – o problema da contrafação.
É um crime que o Brasil desconhe-
ce. Uma indústria fabrica uma cami-
sa do Flamengo que vai vender por
100, 120 reais. E o sujeito chega na
porta do estádio e essa camisa está
sendo vendida a 20 ou 30 reais. Pou-
co importa para o comprador se
aquela camisa vai durar um mês, e
a outra, original, dura um ano. No
impulso da compra, ele vai comprar
a mais barata. Diz o Bebeto de
Freitas que o licenciamento do Atlé-
tico Mineiro dava para o clube ape-
nas R$ 7.000 por ano. Isso com uma
torcida grandiosa, que enche o
Mineirão todo domingo.
JR – A Copa de 50 foi a sua
primeira Copa. A de 2002 é a Copa
de número?
AN – A de 2002 é a Copa n.º 14.
JR – Você vai?
AN – Vou.
JR – Vai estar trabalhando para
algum veículo específico?
AN – Eu vou como mediador pós-
transmissões do SporTv, participan-
do – eu espero – e tendo um delicio-
so bate-papo com o Rivelino, que já
está contratado, com o Júnior e com
o Leivinha.
JR –Armando, essa é a nossa pior
seleção de todos os tempos?
AN – Não. Já tivemos seleções pio-
res.
JR – Mas nós nunca perdemos de
Honduras, e essa seleção perdeu.
“Em primeiro
lugar, para o
torcedor, vemo
amor pelacamisa
de seu clube. A
seleçãopertence
maisàNação.”
Naç
“Descobri omeu
ídolo que foi o
HelenodeFreitas.
Ele era umser
épico.”
