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Revista da ESPM – Março/Abril de 2002
Entrevista com
Armando Nogueira
J. Roberto Whitaker Penteado
Para quem trabalhou,
como eu, em propaganda e
marketing durante boa par-
te dos últimos 30 anos, a fi-
gura de Armando Nogueira
está fortemente relacionada
ao “todo-poderoso” diretor
de jornalismo da TV Globo
durante a já-saudosa gestão
de José Bonifácio de Olivei-
ra Sobrinho – o Boni.
Ao receber-me, Arman-
do encarregou-se de desfa-
zer rapidamente a impres-
são, mostrando-se o homem
simples e sensível que é –
bem mais à vontade balan-
çando-se na rede do seu
confortável apartamento da
Lagoa, no Rio – enquanto
respondia às perguntas que
lhe fazia – do que no co-
mando
de
impérios
jornalísticos. “Todo-podero-
so” disse-me, “era e conti-
nua sendo o Dr. Roberto.
Nós fazíamos parte de uma
equipe, por certo, uma ex-
celente equipe. Mas era tra-
balho coletivo”.
A Revista da ESPM,
contudo, não foi conversar
com AN em busca de histó-
rias dos bastidores da TV,
mas principalmente para re-
gistrar o depoimento de um
grande escritor e jornalista
que dedicou quase toda sua
vida profissional ao esporte.
Não à prática – na qual ele
admite perfeita mediocrida-
de, só tendo sucesso no
contrôle do seu ultra-leve –
mas como testemunha e re-
pórter de 14 copas do mun-
do e fino analista do que se
passa dentro dos campos
esportivos e fora deles.
O depoimento de Ar-
mando Nogueira completa
com rara felicidade as con-
tribuições dos especialistas
que a ESPM reuniu, em
mesa-redonda – em outra
parte da revista – para dar
aos leitores uma visão do
negócio e da paixão que re-
presentam os esportes no
Brasil, em especial nosso
futebol tetra-campeão.