Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2003
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“Foramas
agências de
propaganda que
começaram a
introduzir
pesquisano
Brasil.”
outroparaaplicaressametodologia.
E aí tem o cara que vende e o cara
que aplica a metodologia. Quanto
mais isso acontece, quanto mais o
processo se desenvolve e o negó-
cio cresce, as empresas de pesqui-
saemnívelmundial, nosúltimos10
anos, mais do que dobraram de ta-
manho. Como conseqüência, você
temumnegóciomuitomaior,mas a
margem foi láembaixo.Trabalha-se
commargens de 2%, 3%, o que é
ridículo. E por quê? Porque não há
valor agregado. Qual será o próxi-
mo estágio?Naminha perspectiva,
éessedequeestava falandoeque
o Jaime está colocando. Se vocês
vão começar um curso de pós-gra-
duação, sugiro que você tenham fi-
losofia, lingüística, epistemologiado
conhecimento como parte do currí-
culo. Porque, para ensinar técnica,
nãoprecisadepós-graduação.Você
pega um indivíduo, com R$ 2 mil
treinaeoele sai fazendo.Mas pes-
soasquedominamconceitualmente
– e sabem por que se usa rabo de
cobra–aí équeestáoproblema. E
você precisa disso para poder dar
esse salto, ao qual o Jaime estava
se referindo. Em última instância,
conseguegerarconhecimento, com-
preender o problema em sua totali-
dade e ter a visão de negócio para
dar a esse conhecimento a visão
aplicada de negócio. Porque tam-
bém não adianta produzir – nessa
áreaemqueestamos–conhecimen-
toseelenão for aplicado, nominuto
seguinte, se não perde a função. E
é nesse estágio que estamosmes-
moem termosmundiais.Aúnicadi-
ferençaéqueas empresas interna-
cionais fazem um marketing um
pouco melhor, trabalham mais a
metodologia–simplesmenteporque
têm um pouco mais de di
nheiro.
Masquandovocêpegaametodologia
e vai destrinchando, percebe, em
99,9%doscasos, queé lixo.
FG –
Paulo, você fez uma compa-
ração entre a percepção de valor
agregado que as empresas têm
das empresas de pesquisa e das
consultorias e que parece ser fa-
vorável àconsultoria.Eleschamam
aconsultoriaeperguntam: "Omer-
cado está aí; tenho tais e tais pro-
blemas, taise tais recursos; ajude-
me a montar um modelo de
desenvolvimentoparaospróximos
10 anos". É um negócio realmente
difícil e ele vai pagar milhões por