Maio_2003 - page 64

Revista daESPM –Maio/Junho de 2003
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mesa-redonda
economicista,nãopoderiamestar
consumindoaquelamodalidadede
celular e, noentanto, fazem.
Celso –
Mas, há uma relação
entre consumoe cultura. Se você
levar em consideração a
necessidade de um índio e a
necessidade de um intelectual
urbano comooJ. Roberto: seoJ.
Roberto fosse colocado na
situação do índio, ele
enlouqueceriaevice-versa.
JR –
Você está falando de uma
impossibilidadecultural.Participei
de uma reunião, em Salvador, há
poucos dias e compareceu uma
índia.ElasechamaJofejKeingang
eéumamoçaformadaemDireito,
absolutamenteurbana.
Celso –
Não vale para o meu
exemplo.
JR–
Exatamente, mas era índia.
Você não pode primitivizar o
urbano,nemurbanizaroprimitivo.
Celso–
Comohipótese,vocêpode
imaginar a situação de alguém
tirado da pré-história e jogado
numa rua de São Paulo; será
levado à loucura, porque as
necessidades básicas e culturais
são totalmentediferentes.
Avelar–
Gostariade comentar o
quea Líviadisse. Achoqueestou
deacordocomela,sobreMaslow,
e confesso que nunca havia
pensado nisso. É sábia essa sua
visão de que essa cadeia é
artificial, quase imperialista. Os
exemplos da antena parabólica e
docelular,eunemdiriaque foram
funçõesdemarketing.Omarketing
feito para os celulares – em
particular opré-pagoqueéoque
celular. Tornou-se um meio
fabuloso para fazer negócios:
usam o celular para receber
chamadasevãoaoorelhãopara
ligar.Então,correspondeuauma
grande necessidade. Qual é o
ponto de saturação das
necessidades vitais? Ninguém
sabe. Às vezes, o cara mora
debaixo da ponte, mas tem um
celular. Parabólica? É o mundo
parasi, édivertimento, ésonho,
é tudo.Masvaleu,pensarsobre
essa cadeia. Nunca havia feito
issoeaaceitavatranqüilamente.
“Seráqueo
valor
do
automóvel
não
está
demasiadamente
alto?”
mais vende – foi descoberto por
acaso. Correspondeu a uma
necessidade das pessoas mais
pobres para usar esse tipo de
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