Maio_2003 - page 68

Revista daESPM –Maio/Junho de 2003
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mesa-redonda
queasempresasalimentícias,no
Brasil, fecharam os olhos para o
potencial que existe aqui,
principalmenteporque,emtermos
alimentares, o Brasil possui
inúmeros sistemas alimentares.
Nenhumaempresaalimentíciano
Brasilsabequaissãoossistemas
alimentares brasileiros. Nestlé,
Parmalat, Unilever, nenhuma
delas sabe; porque trabalho com
issoesei queelasnãosabem.
Celso–
Por quenão vendepara
oAvelar?
Lívia–
Porque eles não querem
comprar, é impressionante.
JR –
O que você chama de
“sistemaalimentar”?
Lívia –
Nenhum item entra
“boiando”novácuocultural. Isso
serve para várias categorias de
produtos, alimentos, higieneetc.
Eles montam sistemas, em que
cadanovo itemé introduzidoeo
significadodelevaiserdadopara
a relaçãoqueele irámanter com
os outros. Vou dar um exemplo
concreto. No Brasil, nos últimos
10 anos, foram introduzidos 145
itensdecafédamanhã.Amaioria
deles foi parar namesa do café
da manhã do brasileiro? Não.
Foram ressignificados. Esse é o
grandepoderdoconsumidor.Não
é rejeitar o produto, mas
ressignificá-lo. O sucrilho é
combinado com o leite
condensado e consumido pelas
crianças em frente à televisão –
vira
snack
.Osistemaalimentaré
composto por diferentes itens
alimentares que são agrupados
emdiferentes tiposde refeições,
e consumidos em diferentes
contextos, numa determinada
ordem, na companhia de deter-
minadaspessoas,emdetermina-
das horas e possuem categorias
lingüísticastípicas.Entenderesse
processo seria fundamental para
qualquer indústria alimentícia.
Nãoexatamentepara ter certeza
de que vai introduzir um produto
campeão,masésaber justamente
onde vai entrar e elas não sabem.
Funcionammaiscom tentativa-e-erro
doquequalquer outra coisa. OBrasil
tem várias categorias alimentares –
lanchinho,docinho,salgadinho–para
asquaisnãoexistemcorrespondentes
estruturais em outros sistemas
alimentares. Eupossopegar um item
alimentarereintroduzi-lonuma lógica
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