Sobre
criatividade, inovação e mudança
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M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 6 – R E V I S T A D A E S PM
relaçãoà inovação, osdepartamentos
de pesquisa e desenvolvimento não
estão em primeiro plano. A inovação
está na relação com os clientes,
sugestões de funcionários, atividades
com os parceiros... Então, desen-
volvemos iniciativas para incentivar
isso, como, por exemplo, uma rede
de inovação, onde os parceiros aju-
damadesenvolver coisas inovadoras.
Estamos repensando todos os pro-
cedimentos e as práticas de pro-
priedade intelectual. Enfim, inovação
hoje faz parte, acredito, não só da
IBM, mas do DNA da maioria das
corporações.
JR
– Há quanto tempo a IBM está
no Brasil?
CEZAR
– Há quase 90 anos.
JR
– Então, passaremos de uma gran-
de empresa, com 9 mil funcionários
equase100anos deBrasil, parauma
pequena empresa que acaba de ser
formada e que temo sugestivonome
de ProleInovação. Fale um pouco do
projeto de vocês, André.
ANDRÉ
– Antes de falar do nosso
projeto,quero falar sobreapesquisa
que a IBM fez, emque todos dizem
que práticas inovadoras são uma
necessidade e que elas estão na
agenda. Será issoverdadeou sódis-
curso? Quando criamos a Prole –
emmeados de2005 – fizemos uma
pesquisa sobre o nosso modelo de
negócio, no mundo inteiro. Uma
das coisas que apareceram foi uma
pesquisa feita pela Price Water-
house – também com grandes exe-
cutivos e com empresas globais –
tentando medir o tempo dedicado
à inovação e à manutenção do
negócio. Embora se fale tanto que
inovação é algo que deva ser
praticado, a realidade que a Price
encontrou é a de que quase 85%
do tempo, energia, recursos huma-
nos e financeiros das empresas
ainda é mais dedicado à manuten-
çãodonegóciodoque à inovação.
Isso tem a ver com a fundação da
nossa Prole e amaneira como pen-
samos a empresa. Sobre o tema –
criatividade, inovação e mudanças
– primeiro quero estabelecer uma
diferença; eu e meu sócio viemos
domundo de comunicação e mar-
keting, trabalhamos em agência.
Quando se fala em criação, no
nosso conceito, está-se falando da
geração de uma idéia. Quando se
fala de inovação, está-se falando
da implementação da idéia e do
resultado que ela possa trazer para
quem a implementou. Isso vai acar-
retar mudança de comportamento,
relacionamento, atitude, resultado.
Sóque, pelo fato damanutençãodo
negócio ainda tomar muito tempo
das pessoas, nas grandes empresas,
as mudanças são difíceis de ser
promovidas. É sabidoqueaspessoas,
de alguma forma, temem o novo;
algo que não conhecem. Foi aí, que
encontramos uma brecha de atua-
ção: é importante as empresas
tomarem consciência de que os
processos de inovação passam, ne-
cessariamente, por agentes externos.
Dificilmente, nas grandes orga-
nizações, consegue-se massa crítica
suficiente para gerar a inovação,
internamente. Há um estudo da
HarvardBusiness School que lançou
o conceito chamado
open innova-
tion
, que diz basicamente o seguin-
te: “No século XXI, para as organi-
zações poderem acompanhar todas
as exigências do mercado, a ne-
cessidade de resultado, remunerar
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