Julho_2006 - page 114

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R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
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J U N H O
D E
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Mesa-
Redonda
sível imaginar que daqui a vinte
anos as pessoas que estarão sendo
formadas debaixo de uma nova
visão, ouuma escola que se propõe
a ensinar a pensar, que esteja
olhando para omercado. Acho que
o grande papel da escola é levar ao
mercadopessoas que –mais doque
um cargo – estejam em busca de
umpapel adesempenhar; que,mais
do que cumprir tarefas, estejam
expressando seus talentos a serviço
de um pensamento inovador: pro-
duzir pessoas capazes de correr
riscos. Não faz muito tempo eu
estava na universidade. Desde o
primeiro dia em que tomei conhe-
cimento do meu papel como in-
divíduo até o momento da for-
matura, basicamenteoqueauniver-
sidade ensina é “você tem de ter
um emprego”. O Brasil é o país da
carteiraassinada. Issoacaba inibindo
alguns conceitos importantes, como
a capacidade de pensar, empre-
ender, inovar.
CEZAR
–Aproveitandooque foi dito
de empreender e inovar. Quando se
vai para áreas, como as que a IBM
reúne – engenharia, administração,
economia, ciência da computação
–, há uma carênciamuito grande por
empreendedores. Temos conversado
muito nos programas de apoio à
universidade e uma das principais
carênciasnoscurrículoséexatamente
pensar, inovar, empreender. Estamos
vendoque, eventualmente, no futuro,
vão ser pequenas empresas, empre-
endedores, principalmentequando se
fala do nosso caso que é ciência da
computação, tecnologia da infor-
mação, em que o instrumento de
trabalho é sua cabeça e um com-
putador que secarreganobolso.Não
é necessária uma linha de produção.
GRACIOSO
– O André – num dado
momento – conceituou a inovação, a
mudança como algo legítimo, quando
provoca resultados esperados, men-
suráveis de atitude, comportamento,
eficácia. O Cezar pediu ênfase na
inovação voltada para as funções
técnicas. Naminha opinião, no Brasil
pelomenos,hámais inovaçãonaenge-
nharia, logística, na parte técnica das
empresas doquenomarketing, que se
encontra ainda bem atrasado.
JR
– Isso poderia ser expandido para
o campo das ciências humanas. No
Brasil, há mais inovação na área
científica e técnica do que no pen-
samento humanístico.
GRACIOSO
– A venda no Brasil é
antiquada, a comunicação com o
mercado é atrasada. Nisso tudo
falta inovação.
JR
–Tivemos umamesa rica, de idéias
inovadoras e de experiências pessoais
estimulantes. Espero que o exercício
intelectual, que desenvolvemos aqui,
sirva de estímulo a nossos leitores – e
aos nossos professores e alunos – para
continuar esse debate.
“AGRANDECONTRIBUIÇÃODAESPMFOIENSINARAPENSAR.”
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