Julho_2006 - page 109

Sobre
criatividade, inovação e mudança
119
M A I O
/
J U N H O
D E
2 0 0 6 – R E V I S T A D A E S PM
no dia-a-dia das regionais de ven-
das, para não perder essa conexão;
um outro braço focado nas ações
quepodemos fazer–
bellow the line
– para mexer com a vida das pes-
soas. Atuamos com uma marca
jovem, parceira dos jovens.
AVELAR
– Inovação é como bi-
cicleta – há que se pedalar cons-
tantemente, senão cai; ou como
uma planta, que tem de ser regada,
senão morre. OMarcello falou da
inovação da sua gerência de mar-
keting. Hoje, não teria, demaneira
nenhuma, as funções de gerente de
produto. Já foi uma função impor-
tante, vital –mas estáesgotada.Ne-
nhum gerente de produto consegue
ter uma visão ampla do negócio.
Então cuida de uma parte do pro-
cesso; não do todo. O que eu faria
hoje seria ter um gerente ou diretor
da marca, maduro, que vai dirigir
a marca, e auxiliares que trabalha-
riam comigo por canais de vendas.
Por exemplo, terei alguém que vai
olhar minha marca, meu produto
pelo canal do supermercado. Ago-
ra, se tenhodistribuidorespelopaís,
que recebem valores grandes de
produtoeprecisam repassar, aquele
consumidor é outro, e omarketing
dele tem de ser diferente. Isso são
maneiras diferenciadas para gerar
mais negócio através da inovação.
GRACIOSO
– Na sua visão, qual
a diferença entre gerente de produ-
to e gerente de marca?
AVELAR
– Tudo começou com os
gerentes de produto. Mas, na rea-
lidade, oquehá sãomarcas.Opro-
blema é que, nas grandes empresas,
édifícil agerênciadamarca, porque
ela começa a se multiplicar, sob os
mais diversos formatos, e aí torna-
se difícil conciliar as coisas. Por isso
sempre há umamarca superior, que
domina as outras. Os produtos
passam e a marca fica. Produto é
acólito, é servo. O importante é a
marca. Assim precisa haver uma
pessoa madura para dirigir a marca
– e os produtos sãomeios.
GRACIOSO
– Como introduzir
inovações e obter resultados em
empresas tradicionalmente fecha-
das às mudanças?
ANDRÉ
– Parece que todos con-
cordam que inovação pode passar
por uma decisão unilateral de um
líder – alguém que está diante de
um desafio e precisa, de repente,
trocar todo o seu time. Ou então é
algo que faz parte da cultura do
dia-a-dia do negócio – um com-
posto que está no DNA da em-
presa, ou ainda, estruturas meno-
res, onde, de alguma forma, se tem
uma capacidade maior de gerar
conhecimento, empreendedo-
rismo. Vou dar um exemplo prá-
tico: estava em reunião com uma
pessoa cujo cartão de visita dizia:
vice-presidente de marketing e
inovação. Estávamos falando de
um projeto que não fazia parte da
grande agenda daquela com-
panhia, não fazia parte do dia-a-
dia. Era um processo inovador e ia
gerar um resultado concreto para
a organização.Mas aquela pessoa,
quedeveria ser o líder, tinhapouco
tempo a dedicar àquele assunto.
Vi que, antes de mais nada, teria
de convencer o meu interlocutor
deque aquilo eranecessário. É im-
portante que as pessoas percebam
que somente uma cultura de
inovação, dentrodaempresa, pode
gerar oxigênio e capacidade para
levar a empresa a uma gestão
vencedora.
GRACIOSO
– A empresa pode
confiar a sua inovação a terceiros?
“I
NSIGHT
,INTUIÇÃO,INSPIRAÇÃO
–DÊEMONOMEQUEQUISEREM
–AORIGEMÉOMERCADO.”
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