Marco_2005 - page 64

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R E V I S T A D A E S PM–
M A R Ç O
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A B R I L
D E
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entra. E teremos lá 500, 1.000 pro-
dutos diferentes. Então, estamos
entrando na distribuição; se vende-
rembem, passarão a comprar regu-
larmente. E outro aspecto funda-
mental é a questão das marcas dos
produtos...
JR
–ComosedistingueamarcaBra-
sildeumamarcaNaturaouH.Stern?
Tenhoadesconfiançadequeaspes-
soasviajam,encontram lojasH.Stern
nos aeroportos e não sabem que é
brasileira...
SERGIO AMARAL
– Alguns pro-
dutos tememqueamarcabrasileira
não ajude e não querem aparecer
como tal.Conheçoumcasodepro-
duto brasileiro, com boa aceitação
na Argentina, mas que buscou se
afastarda suaorigem,porqueachou
que a marca Brasil, na Argentina,
não seriaboa.Háváriosoutros –na
área de calçados – que não apare-
cem como brasileiros porque serão
classificados numa gama de pro-
dutosmaisbaratos, demenor quali-
dade. Istomostra a importância de
associar amarca Brasil a qualidade
e eficiência. É um grande desafio.
JR
–ComooSr.propõeque issoseja
feito?
SERGIO AMARAL
– O primeiro
requisito é um esforço de conti-
nuidade.Nãosepode fazer issocom
eventos episódicos. Precisa de uma
estratégia de penetração nomerca-
do, quecomeçacomaparticipação
em feiras e exposições.Visitoquase
todas as feiras, e visitei agora a de
têxtileconfecção.Estamosavançan-
do. Mas é importante que, quando
houveruma feiraouexposição,haja
um desfile demoda brasileira, para
difundir onosso
design
.Hoje temos
designers
emNova Iorque, Londres,
Paris – isso vai ajudar a valorizar o
nosso
prêt-à-porter.
Primeiramente,
temos que ter uma estratégia –
começa com a feira ou exposição;
depois a distribuição, as lojas de
prestígio–nãonecessariamentepara
vender, mas para ter o seu produto
associado aos lugares de prestígio.
E ter uma estratégia de marketing
para valorizar os seus produtos, in-
clusive com publicidade; não a
grandepublicidade,masado
trade
.
Se quisermos exportar móveis, é
importante trazer os compradores e
os jornalistas aoBrasil, para conhe-
cer anossa indústriademóveis, ver
que é uma indústria séria, ampla,
diversificada, combom controle de
qualidade.
JR
– Mas isso passa por ações as-
sociativas. Precisa que uma Federa-
çãode Indústria,umaassociaçãode
fabricantes demóveis...
SERGIO AMARAL
– Essa foi a
idéia da APEX – uma agência do
governo, trabalhando em parceria
como setor privado –, que trabalha
hojecom38cadeiasprodutivas.Mas
os produtores brasileiros, muitas
vezes, não sedãocontadequenão
basta ir lá e levar o produto; pre-
cisam ter folheteria de boa qua-
lidade; dependendo do produto, é
necessário um bom filme...
JR
–Mas qual o problema? A pro-
paganda e o marketing brasileiros
estão entre os melhores do mundo
– temos essa competência.
SERGIO AMARAL
– Porque nos
acostumamos a produzir para o
mercado interno–não íamosvender
lá fora. Easagênciasdepublicidade
também seacostumarama trabalhar
para o mercado interno. Pois, no
momento,hágrandesoportunidades
no exterior para agências de pu-
blicidade brasileiras, escritórios de
relações públicas ou demarketing.
O Brasil descobriu que o mundo
existe; a exportação veiopara ficar.
Opróximopassoda exportação é a
agregaçãodovalor eapresençadas
empresasbrasileirasnoexterior.Elas
têm de estar acompanhadas pelas
suas agências e as agências de pu-
blicidade e marketing têm que se
prepararparaapoiar seusclientesno
exterior. Não há empresasmultina-
cionais que estão aqui e também lá
fora?Mesmoqueo trabalhodeuma
agência, em outro país, exija ambi-
entação, conhecimento da cultura,
do valor, das formas de atingir o
mercado–masnãovejoporquenão
podemos também exportar serviços
de publicidade. Afinal, os serviços
são a área que mais cresce no
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