Publicidade e
pós-modernidade
um fotógrafoamericano,quecolocou
a garotada desse jeito para vender o
seu talento fotográfico. Eopessoalda
agência DM9, ao ver as fotografias,
entraramemcontatocomo fotógrafo
dizendo“queremosexatamenteoque
você já fezpara fazerumacampanha
paraaParmalat”.
Vou apresentar a vocês agora uma
sériede comerciais de rádio –princi-
palmente
jingles
–porquequero fazer,
ao grupoque vai debater,mais tarde,
o tema,umapropostapreliminardessa
pesquisa que fizemos de anúncios,
comerciais e jingles da publicidade
que expressam a pós-modernidade:
é de que, possivelmente, não haja
melhor exemplo de publicidade
pós-moderna do que a publicidade
que usa apenas o som, e que lança,
portanto, um desafio à imaginação
de quem ouve. Por exemplo, “tarará,
tarará, tarará,éVarig”;éextraordinário
que isso sejaVarig, para todos os que
ouvem. Ouviremos também uma
regravação feita amorosamente pelo
Boni, quando a Escola resolveu fazer
uma homenagem ao seu fundador
Rodolfo Lima Martensen. Ele foi da
Lintas, agênciadaUnilever durante
muitos anos. E o Boni, então, ao
nosajudara fazerumdocumentário
sobreoRodolfo, reorquestrouumco-
mercialdosanos50–das“Mulheres
maisbonitasusamSaboneteLever”.
HáaqueledosCobertoresPharayba
– “já é hora de dormir, não espere
mamãe mandar” – a nossa verda-
deira berceuse... Kolynos, Duchas
Corona, Pão de Açúcar, Mappin,
Chocolates Suflair... E podemos ir
até o fim com Soda Limonada e
Guaraná Antarctica (cantado pelo
nossoministro daCultura, Gilberto
Gil), que são dos anos 90, e aí fica
encerrada então essa exibição da
publicidade.
O professor Clóvis de Barros Filho,
nossopróximoapresentador, édou-
tor emDireitopelaUniversidadede
PariseemCiênciasdaComunicação
pelaECAdaUSP,comcréditos reali-
zados naUniversidade deNavarra.
Nossomuitoapreciadoprofessorde
Filosofia no Curso de Graduação e
coordenador eprofessor doprogra-
madeMestradoemComunicaçãoe
Práticas deConsumo da ESPM.
CLOVIS
–MaisqueMarx,oprofessor
MichelMaffesoliéoautorestrangeiro
– nos últimos cinco anos –mais pre-
sente em dissertações demestrado e
teses de doutorado acessíveis pelos
bancos dedados.Naturalmente, sea
gentealargar essamargemde tempo,
o resultado não semantém e haverá
outros.Mas essapequena introdução
é porque estamos diante de uma
platéia comprometida com o nosso
programa de pós-graduação
stricto-
sensu
. Então, é imprescindível que o
alerta dado sobre a necessidade de
reflexão sobre as idéias do discurso
da pós-modernidade estejam abso-
lutamente presentes, ainda que para
não serem adotadas, rechaçadas ou
criticadas. Ao longo de nossas aulas
temos tido apreocupaçãode sugerir,
aqui eali, a leituradequatroautores,
que sãoosmais representativosdesse
pensamento: Jean Baudrilland, Zig-
mund Balman, Michel Maffesoli e
Gianni Vatimo. Talvez pudéssemos,
por meio de algumas observações,
tentar entender o porquê do apreço
que o professor Maffesoli tem pela
questão da publicidade. É claro que
esse apreço vem da sua presença no
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R E V I S T A D A E S P M –
SETEMBRO
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OUTUBRO
DE
2006