setembro/outubrode2013|
RevistadaESPM
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Nossonegócionãoé
seguro.Éatendimento
Por Alexandre Teixeira
Foto: Divulgação
O
que leva uma seguradora tradicional como a Porto Seguro a oferecer
serviços de limpeza de caixa d’água a passeadores de cachorro? Fa-
bio Luchetti, o CEO da companhia, explica que aposta na prestação
de serviços como ferramenta de marketing e de relacionamento
com atuais e futuros clientes.
Os ramos clássicos de seguros são os mesmos há mais de meio século. Vida,
automóveis, saúde, previdência, os suspeitos de sempre. O que pensar, então, de
uma seguradora que oferece limpeza de caixa d’água, movimentação de móveis
na sua sala de estar ou instalação de televisores? Para clientes e não clientes.
Mordomias, como um motorista para levar o seu carro para a inspeção veicular,
um passeador para seu cachorro ou um técnico para fazer a manutenção da casa
de praia. O que tudo isso tem a ver com seguros? Numa palavra: serviços.
Apólices que oferecem proteção contra roubo de veículos, morte do segurado,
incêndio de uma residência são produtos. Cada vez mais, porém, nossa economia
é baseada em serviços. É natural, portanto, que as seguradoras busquem formas de
ampliar seu relacionamento com o consumidor, de modo a parecer menos com ven-
dedoras de proteção emais comparceiras no cuidado comopatrimôniodas famílias.
No caso da Porto Seguro, esse movimento estratégico está sendo radicali-
zado com a abertura de uma área chamada Serviços Avulsos, responsável por
oferecer desde uma chave extra para quem ficou trancado fora de casa até um
reparo no micro-ondas. Na entrevista a seguir, Fabio Luchetti afirma que a nova
divisão da empresa é, ao mesmo tempo, uma fonte de receita e um centro de
custos. “É uma unidade de negócios com uma rede exclusiva de prestadores de
serviços. O bom serviço prestado desencadeia propaganda boca a boca”, diz ele.
“Nosso negócio não é seguro. Nosso negócio é atendimento.”