Setembro_2001 - page 51

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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
JR
–QueropediraoProf.Gra-
cioso que fale sobre o ensino
superior no país. Você acha
queoBrasil estáganhandoou
perdendo a guerra da educa-
ção?
FG
– Nós – que estamos en-
volvidoscomoensinosuperior
–sabemosquenossosproble-
mas sãodedois tipos: atéuns
4 anos atrás, os números do
ensinosuperiorbrasileiroeram
surpreendentemente baixos.
Bastaquesedigaqueapopu-
lação universitária brasileira
era inferioràdaArgentina,país
que tem 5 vezesmenos habi-
tantes. O outro aspecto é o
qualitativo. Quando oministro
Paulo Renato assumiu, havia
noBrasil 1.480milhão de alu-
nos em universidades. Hoje,
estamos com2.570milhões –
maisdeummilhãoamais.Ele
praticouumapolíticadelibera-
dadeexpansãodoensino su-
perior, naquilo em que podia
interferir, queeraaescolapar-
ticular, o ensino privado, por-
queasuniversidadespúblicas
são mais resistentes às mu-
dançasemesmooministroda
educação não consegue me-
xermuito comelas. Nesses5,
6anosemqueeleestá lá,des-
se milhão de novos alunos,
praticamente 4/5 vieram das
escolas particulares. Hoje, há
1.670 milhão de alunos nas
escolasparticularese900.000
nas públicas. Nos últimos 3
anos em particular – estou ci-
Participantes
•AylzaMunhoz–
DiretoradosCursosdePós-
GraduaçãodaESPM
• FranciscoGracioso–
PresidentedaESPM
•GloriaLima–
FundaçãoCarlosChagas
• LuizEdmundoCosta–
Diretor deRHdoGrupoAccor
•MarcosAmatucci –
Diretor dosCursosde
AdministraçãodeEmpresas
daESPM
J. RobertoWhitaker
Penteado–
Moderador
tandodadosoficiaisdoMEC–
, houveum crescimentomuito
grandeeatéasescolaspúbli-
cas cresceram 18%. As parti-
culares,entretanto,nomesmo
período, cresceram41%,dan-
do umamédia de 32% para o
total.Então, oensinosuperior,
nos últimos 3 anos, cresceu à
taxa acumulativa de 10% aa.
Ésurpreendente.Dependendo
da demanda, creio que essas
matrículascontinuarãoacres-
cer nessa proporção nos pró-
ximos anos. O MEC inverteu
umapolíticadeanos.Asgran-
desescolasparticularesdení-
vel superior gozavam de uma
autêntica reservademercado.
OMECpraticavaapolíticade
evitar ampliar o número de
matrículas, alegando sempre
que era preciso preservar a
qualidade. Pouquíssimos cur-
sosnovos,emqualquermoda-
lidade, foram criados. De lá
paracá, ascoisasmudarame
estamos, hoje, diante de uma
verdadeira economia demer-
cado.Asescolascompetemde
fato pelos alunos e só asme-
lhores conseguem preencher
integralmenteasmatrículas.E
todos aqui sabem que o
“provão” – fantasmademuitas
escolas–estáatéajudando,na
qualidade.Por bemoupormal
–paraevitar falatórioenoticiá-
rio negativo – muitas escolas
estão sinceramentepreocupa-
dasemmelhorar, investindo.E
issoébompara todos nós.Ao
contrário do que dizem, não
acho que temos número exa-
gerado de alunos em cursos
universitários no Brasil. Creio
mesmo que, nos próximos 5
anos, vamos chegar a 4 mi-
lhões de alunos, aumentando
aindamaisopesodasparticu-
lares. Eaqualidadedoensino
estámelhorando.
“...atéuns4anos
atrás, osnúmeros
doensino superior
brasileiroeram
surpreendentemente
baixos.”
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