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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
que ser cobrada a educação
dos alunos para a vida. O tra-
balho fazpartedavida; ser pai
fazpartedavida.Evidentemen-
te, não imaginoqueauniversi-
dadevá terumcursinhodepa-
ternidade ou de maternidade.
Mas uma coisa que falta, no
meuentender, nas universida-
des é que precisamos passar
valoresde formamais clara.
FG
–Acho queme expressei
mal. Eu próprio, como profes-
sor,nuncadeiumaaulanavida
semmepreocupar empassar,
também valores de comporta-
mento, devida, deexperiência
pessoal,que tenhocertezasão
tãoúteisquantooconteúdodo
ensino. Nãohádúvida.
Aylza
– É nesse sentido que
acho que o papel da universi-
dadeémaisamplodoquesim-
plesmente ensinar técnicas e
transmitir conhecimentos. Ela
temqueparticipar dessaedu-
cação sobre a qual o Luiz fa-
lou.Seasempresaspensarem
dessa forma, daqui para fren-
te, vamos dar um salto quali-
tativo incrível. Imagineseelas
viessem à universidade para
dizer: “Por favor, ensinem a
pensar, que tudo mais se re-
solve.Nãoensinemsóa fazer
a prática”. Ao transmitir técni-
ca, não se prepara o ser hu-
mano, não lhedamosumaes-
caladevalores,parâmetrosde
comportamento profissional.
Educar é tudo isso.
ca.Aescola, hoje, éumasolu-
çãodecompromissoentrevá-
rios antagonismos. Um deles
é esse antagonismo entre o
mundo da vida e omundo do
trabalho. Uma discussão que
existe na universidade é que
eladeveriaestarmais voltada
paraocultivodasartes liberais
–a transmissãode todaahe-
rança cultural que temos. Evi-
dentementequeapartedeser
paidizmais respeitoaodesen-
volvimento de sensibilidade,
ao desenvolvimento de rela-
çõeshumanasedevalores,do
que,evidentemente, saber tro-
car fraldas. Entre essas artes
liberais ea tecnologia–queé
umapremência,porque traba-
lharnasempresashoje requer
tecnologia, requer preparo.
Nós temos o debate de artes
liberais, tecnologia, ensino de
qualidade, ensino para muita
JR
– Quero dirigir uma per-
gunta ao Amatucci, que lida
comodia-a-diados jovensna
graduação.Quandoosalunos
chegam ao último ano, o que
é que desejam?
Amatucci
–Acontecedesdeo
primeiro ano. Aescola tem os
seusstake-holders também.E
nem sempre todos eles estão
de acordo. Aliás, quase nun-
“Incomoda-me
ver separadoso
mundodo
trabalhoea
vida.Omundo
do trabalho
estádentroda
vida.”