Setembro_2001 - page 54

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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
imponderável, do subjetivo.
Até que ponto uma escola
podeser responsabilizadapela
formação – não apenas inte-
lectual, mas também emocio-
nal –deum indivíduo?
JR
– Aylza, o que você acha
disso?
Aylza
– Se a gente parte do
pressuposto de que educar é
transformar, acredito basica-
mente nisso – que educação
éumprocessode transforma-
çãodoser humano. Ea trans-
formaçãonãosedásó intelec-
tualmente. Ela temque sedar
no seu todo – o ser humano
tem de ser transformado de
forma global. Uma prova dis-
so é que na Escola, na pós-
graduação, quando vamos fa-
zer aavaliaçãodoaluno, ava-
liamos o que chamamos de
“produto do aluno” – que é a
produção intelectual – mas
avaliamos também o proces-
so dele, que é exatamente o
quevocêdisse,Luiz.Fiquei sa-
tisfeitadeouvir issoporque,no
fundo, sempre achei que as
empresassãoemparteculpa-
das da falta de embasamento
que as universidades podem
dar porque, noafãde ser prá-
tico, prático, esqueço que
conceituarémuitomais impor-
tante.Se tenhouma fortebase
conceitual, consigo interpretar
qualquer realidade. Pode ser
de uma empresa de serviço,
pode ser umaempresa indus-
têm postura profissional. Não
sabemsevirardentrodeoutros
ambientes.
Gloria
– Quando você diz “a
universidade tinhaque fazeral-
guma coisa, não se voltar só
paraomundodo trabalho,mas
também para a vida”, na ver-
dade, incomoda-me ver, as-
sim, separados, omundo do
trabalhoeavida.Omundodo
trabalho está dentro da vida.
Ao debater isso, a gente vê
quenãonos temos preocupa-
do, ultimamente, como indiví-
duo, com o ser humano inte-
gral. Quer dizer, a professora,
ao separar o produto e o pro-
cesso, quando vai avaliá-lo –
ele vem sendo avaliado, às
vezes, mais pelo produto, às
vezespeloprocesso. Issopre-
cisa ser feito integradamente.
Se as empresas, as institui-
trial.Oqueé,na realidade,um
grande executivo? É alguém
que temumaboabaseacadê-
mica e um pensar estratégico
muitobom–eessasquestões
auniversidadedá,masdáatra-
vésdoexercícioacadêmico,da
base conceitual. Porque, caso
contrário, colocamos nas em-
presas indivíduos que conhe-
cemuma técnica,masquenão
“Devemos
prepararo
administrador
para servir
aos
stake-
holders.
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