Setembro_2001 - page 68

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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
dor, esse facilitador, essa pre-
sença e, às vezes, não é só a
figuradoprofessor.Éaprópria
proposta institucional. É como
aquele curso, aquela matéria,
aquela disciplina, aquela ativi-
dade pode estar refletindo a
sua comunidade, as suas ne-
cessidades,osseusvalores,as
suas aplicações. É isso que
motiva, basicamente.
Luiz Edmundo
– Você res-
pondeu bonito à provocação
do Gracioso. Acredito muito
nisso.Quandooalunoentrana
universidade, ele está numa
eradeouro,emqueestáaber-
to para questionar – e essa
energiaprecisaserbemcana-
lizada, por uma metodologia
que dê espaço para ele refle-
tir. Mas, ao mesmo tempo,
paraperceber limites,paraper-
ceberocontexto, paraqueele
descubra.. Também, concor-
dando com a Aylza, não vejo
limites em 40 alunos. Já tive
oportunidadedeorganizar, na
empresa, eventos educacio-
naisemquehavia600pesso-
as, numasaladeaula.Podem
achar issoabsurdo–enão foi
palestra. Todos estavam divi-
didosempequenascélulasde
5 pessoas que, por sua vez,
formavam grupos de 50. Mas
80% da atividade se passava
em grupos de 5 pessoas – o
fundamental eradiscutircasos
concretosdavidadeles.Espe-
rava-sequeusassema imagi-
nação, a reflexão, simples-
mente estavam todos juntos
para compartilhar algo maior,
as suas visões. Fazíamos vá-
rias pesquisas, ao longo do
dia, apresentando as visões
daquelespequenosgruposde
tal forma, que fossem cristali-
zandoapercepçãodequalera
o caminhoqueestavamesco-
lhendo. Com essas 600 pes-
soas, conseguimos desenvol-
ver atividades fantasticamen-
te participativas e criativas,
com pessoas altamentemoti-
vadas, onde trabalhávamos
mais de 8 horas por dia. As
pessoas interrompiam, às ve-
zes, paracantar; haviaespaço
paraalegria, paraa criaçãode
coisas. Os grupos até compu-
nhammúsicas.Oquequerodi-
zer équeprecisamos resgatar
o sentido profundo de cliente,
de olhar o indivíduo que está
na nossa frente, entender as
suasmotivações, criar umam-
biente vivo para que elas apa-
reçam. Ébemmaisdoqueum
currículo. Vejo a necessidade
de um trabalho de preparação
dosprofessores, não cadaum,
comasuadisciplina,mascomo
equipe – equipe que comparti-
lhadeumavisão; que temsen-
so de propósito; que comparti-
lha do compromisso da
andragogia e que entende do
quesignifica formação,motiva-
ção,valorização, iniciativa.Acho
queprecisamos tera referência
do currículo – que somos obri-
gadosa ter–,maspodemos ter
outrasreferênciasque transcen-
damaos currículose tenhama
ver comasposturas.
Aylza
–Você acabou de des-
crever o que a gente faz na
academia de professores da
ESPM.Ela foi criadacomessa
finalidade.Achoatéqueháum
passo anterior – a criação de
ummodelo. Umaorganização
qualquer –nãoprecisa ser de
ensino–é tão fortequanto for-
te for o seumodeloe compar-
tilhado,aceitoe legitimadopor
todos que trabalham nela.
Acho que a primeira questão
na formação do professor é
“Oprofessorque
gostadedar
aula, consegue
ensinar, épunido
no sistema
acadêmico
tradicional.”
“Escolas como
anossa, afinal
de contas,
Fexistempara
formar
especialistas.”
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