Setembro_2001 - page 69

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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
dizer: “Olha, vamosconstruiro
modelo juntos e vamos falar
desta forma,nesta linguagem.
Aí,vocêcomeçaoprocessode
motivação”. Não que ele seja
sempercalços.Achoqueháe
sãomuitos, mas é assim que
o processo começa. E temos
insistido nessa proposta de
ensino, que é como vamos
motivar esses alunos – que,
por sinal, não chamamos de
“clientes”porquenãosão.Eles
são cidadãos, mas não são
nossos clientes. Ao dizer: “Eu
sou cliente”, querem dizer:
“Não me avaliem e me dêem
odiplomaporqueeucomprei”.
Nós vamos além. Considera-
mosqueoalunoecidadãosão
mais importantesaindadoque
cliente, e não têm direito ao
diploma sóporquepagaramo
curso. Mas também acredito
queamotivação começapelo
professor, e issoémuito com-
plicado quando você precisa
terexecutivosdandoaula1ou
2noitesporsemana,sem tem-
po para dedicarmais à esco-
la. Esse é um dos grandes di-
lemas da pós-graduação na
área de negócios. Preciso de
executivos,masosexecutivos
não têm temposuficientepara
ficaraqui ededicar-seumpou-
comais aos alunos.
JR
– Esse é outro lado da
questãoquesecolocanagra-
duação, com essa crescente
exigência doMEC, de que os
professores sejam mestres,
duação, não é?
Amatucci
–Algunsprogramas
dedoutorado têm,maspouco
– um ou dois semestres. Ou-
tros nem têm, sequer. Não
raro, o professor doutor não
sabe preparar uma prova, e o
aluno temque tentaradivinhar
o que o professor gostaria de
que ele escrevesse. A
complementação didática na
formação do professor, por
mais laureado que seja, é es-
sencial. Sem isso, não funcio-
na. Efetivamente, o nosso
stricto sensu forma o pesqui-
sador. Na graduação, quando
se precisa profissionalizar,
necessitamosdesseprofissio-
nal – como aAylza bem colo-
cou: é mais pelo exemplo do
quepelapalavra.Nãoadianta
ele falar umacoisae fazer ou-
tra. O comportamento ético, o
comportamentomoral, ocom-
portamento de liderança, isso
équemarca.Precisamos,sim,
de acadêmicos que tenham a
parteda teoria,mas os profis-
sionais também são indispen-
sáveis.
JR
–Acho que o tema ensino
superior, o tema “educação” é
extremamente abrangente,
mesmoqueagentesó tratedo
ensino superior. A pauta pro-
posta foi coberta. Gostaria de
promoveruma “volta”paraque
cada um faça as suas coloca-
ções finais. Vamos começar
peloLuiz.
“Às vezes, um
exemplodado
pornós, lána
frenteda sala,
educamaisdo
quehoras e
horasde
estudo.”
doutores. Eles não terão, nas
matérias profissionalizantes,
aquela visão “lá de fora”. Ou
isso não é verdade?
Amatucci
–Novamente, éum
daqueles paradoxos e existe
uma solução compromisso. O
pós-graduação stricto sensu,
que forma os professores no
Brasil, na verdade, forma o
professor pesquisador; não
forma o professor-professor.
Quer dizer, a carga de didáti-
ca, quando existe, é reduzi-
díssima.
Gloria
– Didática, só na gra-
“Desdeque
motivado, o
homem sempreé
transformável. Se
você conseguir
fazê-loenxergar
o significado, ele
seencanta.”
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